20/01/2016

LULA

A lula-gigante (Architeuthis spp.) é um cefalópode da ordem Teuthida, conhecida por ser o segundo maior invertebrado existente naTerra, perdendo apenas para a lula-colossal. As oito espécies do género habitam as profundezas dos oceanos e podem atingircomprimentos de 10 metros para os machos e 13 metros para as fêmeas, medido desde a barbatana caudal à ponta dos tentáculos. A lula-gigante tem ainda um dos maiores olhos de todas as criaturas vivas, apenas ultrapassado pelo da lula-colossal. As ventosas dos tentáculos podem atingir até 5 cm de diâmetro. Já foram encontrados diversos exemplos de marcas destas ventosas cravadas nas cabeças de cachalotes, que são predadores das lulas-gigantes.
Criptozoológica 
A sua existência foi considerada um mito da criptozoologia por muito tempo, mas a descoberta de corpos e juvenis no estado larval veio mostrar que este animal existe mesmo.
Finalmente, em Setembro de 2004, a equipe do pesquisador japonês Tsunemi Kubodera do Museu Nacional Científico de Tóquio, e Kyoichi Mori, da Associação de Observação das baleias Ogasawara, conseguiu fotografar pela primeira vez na história um exemplar vivo no Pacífico norte, perto das ilhas Ogasawara. O animal de oito metros de comprimento agarrou-se a uma isca, presa a uma corda e lançada a 900 metros de profundidade por Kubodera. O espécime lutou por quatro horas para se libertar, amputando um dos tentáculos no processo. O tentáculo media cerca de 5,5 metros e foi resgatado pelos cientistas, ainda vivo e se movendo. As centenas de fotos obtidas foram divulgadas apenas um ano depois, numa revista científica. Outras provas, são as diversas notícias a respeito de pescadores que pescaram lulas-gigantes.
Em 10 de Julho de 2012, cientistas japoneses filmaram pela primeira vez uma lula gigante viva no seu habitat natural, a centenas de metros de profundidade, num projecto em conjunto com o Discovery Channel e o Museu Nacional de Ciência e Natureza do Japão.
O animal foi localizado a 630 metros de profundidade, a partir de um submersível com três tripulantes a bordo, ao largo da ilha de Chichijima, a cerca de 1000 quilómetros ao sul de Tóquio .
Pesquisas 
As observações realizadas pelos cientistas permitiram chegar à conclusão de que as lulas-gigantes não se limitam a flutuar, mas, ao contrário, são ativas e atacam suas presas horizontalmente, prendendo-as em seus tentáculos. Os pesquisadores fizeram testes de DNA no tentáculo e descobriram que ele tem as mesmas características de tentáculos de outras lulas-gigantes encontradas próximas ao Japão.
Ver também 
Lula-colossal
Lula
Ligações externas 
Monstros do fundo do mar: lula gigante e colossal

POLVO

Enteroctopus é um gênero de cefalópodes, cujos membros são conhecidos como polvos gigantes.
Descrição
Membros do gênero Enteroctopus se caracterizam por seu grande tamanho e são conhecidos como os polvos gigantes. As espécies do gênero Enteroctopus têm rugas longitudinais distintas ou dobras no dorso e lateralmente no corpo. A cabeça é nitidamente mais estreita do que a largura do manto. O hectocótilo (tentáculo modificado pra a reprodução) dos machos neste gênero, encontrado no terceiro braço direito, é longo e estreito, em comparação com outros gêneros da família Octopodidae, frequentemente compreendendo com um quinto do comprimento do braço. Polvos neste gênero têm grandes bicos em forma de pá em vez de bicos mais cônicos em outros gêneros de polvo.
Espécies-tipo
tem sido muitas vezes considerado como a espécie-tipo do gênero, não porque ele foi designado como tal por Rochebrune e Mabille quando erigiu o gênero, mas porque foi a primeira espécie nomeada do gênero Enteroctopus. Robson em sua monografia de 1929 consideraou E. membranaceus como um nome duvidoso a espécie porque a descrição original é insuficiente para identifica-la uma espécie individual. O holótipo foi um espécime imaturo, e o espécime já não existe mais. Como tal, o gênero foi considerado inválido até Hochberg ressuscita-lo em 1998. Hochberg observou que Robson tinha considerado E. Membranaceus um sinônimo júnior de E. megalocyathus , a segunda espécie atribuída ao gênero por Rochebrune e Mabille na sua descrição 1889. Além disso, desde Rochebrune e Mabille não chegou a atribuir o status de espécie-tipo a E. membranaceus, Hochberg concluiu que Enteroctopus era de fato um gênero válido e o status de espécie-tipo foi transferido para Enteroctopus megalocyathus por monótipos virtuais.
Distribuição Geográfica

Mapa da faixa de distribuição mundial dos polvos do gêneroEnteroctopus. E. dofleini em azul, E. megalocyathus em vermelho, E. magnificus em amarelo e E. zealandicus em roxo.

As espécies do gênero Enteroctopus são restritas às áreas temperadas dos hemisférios Norte e Sul. E. dofleini é o único membro do gênero encontrado no Hemisfério Norte e também o mais amplamente distribuído, ocorrendo a partir de San Diego, Califórnia e ao longo da borda norte do Pacífico ao Japão, incluindo a Okhotsk e mares de Bering. As outras três espécies são encontradas no Hemisfério Sul; E. megalocyathus ocorre na costa sudeste da América do Sul, E. magnificusna costa sudoeste da África a partir de Namíbia para Port Elizabeth , África do Sul e E. zealandicus em mares temperados da Nova Zelândia.
Tamanho
O membro deste gênero que melhor encarna o nome "polvo gigante" é o Enteroctopus dofleini, que detém o recorde de ser o maior polvo do mundo com base em medições diretas de um indivíduo de 71 kg , pesado vivo. Este polvo tinha um comprimento total de perto dos 3,3 m . Os restantes membros do gênero são substancialmente menores, com Enteroctopus megalocyathus pesando cerca de 4 kg, atingindo um comprimento total de 1 m e Enteroctopus magnificus que atinge um comprimento total de cerca de 1,5 m.
Espécies
Gênero Enteroctopus:
Enteroctopus dofleini, Polvo-gigante-do-Pacífico
Enteroctopus magnificus, Polvo-gigante-africano
Enteroctopus megalocyathus, Polvo-gigante-do-sul
Enteroctopus zealandicus

BÚFALO

Os búfalos são animais domésticos da família dos bovídeos, de origem asiática, utilizados para produzir carne e leite para consumo humano.
São classificados na sub-família Bovinae, gênero Bubalus, sendo divididos em dois grupos principais: o Bubalus bubalis com 2 n=50 cromossomos, também conhecidos como "River Buffalo" búfalo-do-rio, e o Bubalus bubalis var. kerebau ou Carabao com 2 n=48 cromossomos, composto por apenas uma raça, conhecida como "Swamp Buffalo" búfalo-do-pântano.
O búfalo doméstico nada tem a ver com as espécies selvagens e agressivas do Bisão ou Búfalo Americano, Bos bison bison com 2n=60 cromossomos, nem com o Búfalo Africano, Syncerus caffer caffer, com 2n=52 cromossomos e pertence ao grupo dos big five). O período de gestação dos bubalinos pode variar de 278 a 311 dias, mais ou menos 9 a 10 meses, dependentes da região e da raça considerada.
No Brasil, são reconhecidas pela Associação Brasileira de Criadores de Búfalos quatro raças: Mediterrâneo, Murrah, Jafarabadi(búfalo-do-rio) e Carabao (búfalo-do-pântano). Os animais da raça Mediterrâneo têm origem italiana, possuem aptidão tanto para produção de carne quanto de leite, têm porte médio e são medianamente compactos.

Búfalos em Taiwan.
A raça Murrah, de origem Indiana, apresenta animais com conformação média e compacta, cabeças leves e chifres curtos, espiralados enrodilhando-se em anéis na altura do crânio. Jafarabadi, também indiana, é a raça menos compacta e de maior porte, apresenta chifres longos e de espessura fina, com uma curvatura longa e harmônica. A raça Carabao é a única adaptada às regiões pantanosas, e está concentrada na ilha de Marajó, no Paráe no Maranhão; teve sua origem no norte das Filipinas, apresenta pelagem mais clara, cabeça triangular, chifres grandes e pontiagudos, voltados para cima, porte médio e capacidade para produção de carne e leite, além de serem bastante utilizados como força motriz.

Búfalo da raça Murrah
Os Bubalinos têm temperamento dócil, o que facilita sua criação e manejo e se adaptam bem às condições ambientais úmidas. Como sua pele é preta com poucos pelos também pretos, sofrem muito quando estão sob a luz do sol e, o que agrava ainda mais é a dificuldade que os bubalinos têm de dissipar o calor extracorpóreo, em função do reduzido número de glândulas sudoríparas. Por esse motivo, em seu ambiente criatório, ele necessita de açude ou lago para ficar mergulhado nas horas mais quentes do dia, tendo ainda como coadjuvante para a sua perfeita regulação térmica corpórea, áreas de sombra.

BISONTE


Os bisontes ou bisões são grandes mamíferos ungulados e ruminantes do género Bison, da família Bovidae, com duas espéciesainda existentes: o bisonte-europeu, Bison bonasus; e o bisonte-americano, Bison bison. Têm cornos curtos, negros, curvados para cima e para o eixo do animal e os ombros elevados numa bossa e com uma forte cobertura de pelos longos; os cascos são redondos e negros. O bisonte-europeu (também chamado wisent, em inglês) tem uma juba e barba menos luxuriantes que o americano (também chamado buffalo, embora os verdadeiros búfalos sejam animais da mesma família, mas da África e da Ásia), enquanto que estes têm as pernas mais curtas.
Os machos podem atingir uma altura ao nível dos ombros de cerca de 1,7 metro, um comprimento do corpo de 3,6 metros e um peso de 1 130 quilogramas, enquanto que as fêmeas são menores. A pelagem de inverno do bisonte-americano é castanha-escura e esparsa, mudando na primavera para um pelo curto e castanho-claro. Também é menos luxuriante nas fêmeas que nos machos. O seu tempo de vida é de 30 a 50 anos. Os homens das cavernas usavam, como machado, uma omoplata de um bisonte.
Etimologia 
"Bisão" provém do grego bíson, "boi selvagem", através do latim bisone. 
Reprodução 
Os bisontes reproduzem-se uma vez por ano, entre Junho e Setembro. As fêmeas produzem geralmente uma cria de cor vermelha (que se torna castanha em 2-4 meses) em cada gestação, que dura, em média, 285 dias e protegem-na durante sete a doze meses. Na altura do parto, a fêmea afasta-se da manada e escolhe um local protegido. Os jovens atingem a maturidade sexual em 2-3 anos, mas os machos geralmente não se reproduzem até aos seis anos, quando atingem um tamanho que lhes permite competir com outros.

Bisões-americanos em Alberta, no Canadá
Comportamento 
Os bisontes são animais gregários e organizam-se em grupos (manadas) de acordo com o sexo, idade, estação do ano e habitat. Os grupos de fêmeas inclui ainda machos com menos de três anos de idade e, por vezes, alguns machos mais velhos. Os machos começam a entrar nestes grupos quando se inicia a estação de reprodução; nas outras estações, vivem individualmente ou em grupos de até 30 animais. Estes grupos têm uma hierarquia e os machos dominantes reproduzem-se com mais frequência que os de categoria mais baixa.
Nas suas migrações, os bisontes formam uma fila liderada por uma fêmea adulta. Os bisontes são bons nadadores e são capazes de correr a velocidades de 62 quilômetros por hora.
Filogenia 
A família Bovidae apareceu durante o Mioceno, há cerca de 20 milhões de anos, com 15 gêneros conhecidos, a maioria da Ásia. No final do Mioceno, há cerca de 10 milhões de anos, tinham aparecido 70 novos géneros e no Pleistoceno havia mais de 100. Atualmente, existe cerca de metade daquele número.
Pensa-se que a família se tenha desenvolvido nas regiões tropicais e que, em meados do Pleistoceno, se adaptou aos climas frios do norte, migrando através da Beríngia para o Novo Mundo. O bisonte-americano é um parente próximo do europeu (ver acima a indicação sobre hibridização, que indica que pode ser uma única espécie) e os cientistas pensam que estas espécies são descendentes duma espécie que existia na Índia. As manadas migraram para norte e, enquanto umas foram para leste até à Sibéria, eventualmente atravessando a ponte terrestre de Bering, outras foram para oeste, para as florestas da Europa. Bison priscus, que era o antepassado imediato do bisonte-europeu, extinguiu-se durante a última glaciação.













12/01/2016

SERPENTE







As serpentes, também chamadas ofídios, cobras, mbóis, mboias e malacatifas , são répteis poiquilotérmicos (ou pecilotérmicos) sem patas, pertencentes à subordem Serpentes, ou Ophidia. São bastante próximos dos lagartos, com os quais partilham a ordem Squamata.


Há também várias espécies de lagartos sem patas que se assemelham às cobras, sem estarem relacionados com estas, no entanto.

A atração pelas serpentes é chamada de ofidiofilia. A repulsão é chamada de ofidiofobia. O estudo dos répteis e anfíbios chama-seherpetologia (da palavra grega herpéton, que significa "aquilo que rasteja" - em especial, serpentes).

Etimologia 
"Cobra" vem do termo latino colubra. "Serpente" vem do termo latino serpente. "Mbói" e "mboia" vêm do termo tupi mbói, "cobra".
Evolução
Há duas idéias concorrentes e ferozmente contestadas sobre a transição de lagartos para cobras. A primeira diz que as cobras evoluíram no oceano, e só mais tarde recolonizaram a terra. Esta hipótese depende da estreita relação entre cobras e répteis marinhos extintos chamados mosassauros.
A segunda hipótese diz que as cobras evoluíram de lagartos escavadores, que estendiam seus corpos e perderam seus membros para melhor escorregar no seu caminho através do solo. Nesta versão, cobras e mosassauros evoluíram ambos de forma independente a partir de um ancestral arrastador de terra, provavelmente algo parecido com um lagarto de monitor. Descrito em 2015, um pequeno espécime com um corpo sinuoso longo, da formação brasileira Crato, Tetrapodophis amplectus, apoia a última ideia. Além disso, as comparações entre tomografias computadorizadas de fosseis e répteis modernos indicam que as cobras perderam suas pernas quando seus ancestrais evoluíram para viver e caçar em tocas.
Embora existam alguns pesquisadores que acreditam que as serpentes estão mais profundamente relacionadas a lagartos varanoides, não há uma identificação mais clara sobre qual seria o grupo de varanoide mais relacionado evolutivamente. Eles também acreditam que os grupos de lagartos varanoides mais provavelmente relacionados com serpentes são os das famílias Lantanotidae e Mossassauridae.
Biologia
Esqueleto
O esqueleto da maioria das serpentes consiste apenas do crânio, maxilares, coluna vertebral e costelas.
A coluna vertebral possui aproximadamente entre 200 e 400 (ou mais) vértebras. Destas, em torno de 20% (às vezes menos) são da cauda e não possuem costelas. Já as vértebras do corpo possuem, cada uma, duas costelas articuladas a elas. As vértebras também possuem projeções às quais se fixam os fortes músculos que as serpentes usam para se locomover.
Pele
A pele das cobras é coberta por escamas. As escamas do corpo podem ser lisas ou granulares. As suas pálpebras são escamas transparentes que estão sempre fechadas. Elas mudam a sua pele periodicamente (em um processo conhecido como ecdise ou muda). Pensa-se que a finalidade primordial desta é remover os parasitas externos. Esta renovação periódica tornou a serpente num símbolo de saúde, como por exemplo no símbolo da medicina (o bastão de Esculápio). Nos Caenophidia, as escamas ventrais e as fileiras largas de escamas dorsais correspondem às vértebras, permitindo que os cientistas contem as vértebras sem ser necessária a dissecação.
Sentidos
A visão das serpentes não é particularmente notória (geralmente sendo melhor na espécie arborícola e pior na espécie terrestre), o que não impede a detecção do movimento. Para além dos seus olhos, algumas serpentes (crotalíneos - ou cobras-covinhas - e pítons) têm receptores infravermelhos sensíveis em sulcos profundos chamados de fossetas que lhes permite sentir o calor emitido pelos corpos. Isto é extremamente útil em lugares com pouca luminosidade. Como as serpentes não têm orelhas externas, a audiçãoconsegue apenas detectar vibrações, mas este sentido está extremamente bem desenvolvido. A maioria das serpentes usa a sua língua bifurcada para captar partículas de odor no ar e enviá-las ao chamado órgão de Jacobson, situado na sua boca, para examiná-las. A bifurcação na língua dá à serpente algum sentido direccional do cheiro.
Órgãos internos
O pulmão esquerdo é muito pequeno ou mesmo ausente, uma vez que o corpo em forma tubular requer que todos os órgãos sejam compridos e estreitos. Para que caibam no corpo, só um pulmão funciona. Além disso muitos dos órgãos que são pares, como os rins ou órgãos reprodutivos estão distribuídos ao longo do corpo de modo que um esteja à frente do outro, sendo um exemplo de excepção da simetria bilateral .
Tipos de dentição
 Ver artigo principal: Tipos de dentição em serpentes
Comportamento
Alimentação
Todas as serpentes são carnívoras, comendo pequenos animais (incluindo lagartos e outras cobras), aves, ovos ou insetos. Algumas cobras têm peçonha para matar as suaspresas antes de as comerem. Outras matam as suas presas por constrição. As cobras não mastigam quando comem, elas possuem uma mandíbula flexível, cujas duas partes não estão rigidamente ligadas. Isso se dá graças ao osso quadrado que funciona como uma peça de encaixe, que quando necessário desarticula sua mandíbula para se adaptar ao tamanho de sua presa (ao contrário da crença popular, elas não desarticulam as suas mandíbulas), assim como numerosas outras articulações do seu crânio, permitindo-lhes abrir a boca de forma a engolir toda a sua presa, mesmo que ela tenha um diâmetro maior que a própria cobra.
Serpente da espécie Pantherophis guttatus a engolir um rato.

As cobras ficam entorpecidas, depois de comerem, enquanto decorre o processo da digestão. A digestão é uma atividade intensa e, especialmente depois do consumo de grandes presas, a energia metabólica envolvida é tal que na Crotalus durissus, a cascavel mexicana, a sua temperatura corporal pode atingir 6 graus acima da temperatura ambiente. Por causa disto, se a cobra for perturbada, depois de recentemente alimentada, irá provavelmente vomitar a presa para tentar fugir da ameaça. No entanto, quando não perturbada, o seu processo digestivo é altamente eficiente, dissolvendo e absorvendo tudo excepto o pelo e as garras, que são expelidos junto com o excesso de ácido úrico.
Normalmente, as serpentes não costumam atacar seres humanos, mas há relatos envolvendo serpentes grandes, como pythons. Apesar de serem dóceis, existem algumas espécies particularmente agressivas, mesmo assim, a maioria não ataca seres humanos, a menos que sejam assustadas ou molestadas, preferindo evitar este contato.
Locomoção
Jararacuçu-do-brejo se locomovendo na areia da estrada (comprimento 2 metros).
Jararacuçu-do-brejo, sequencia da locomoção.

As cobras usam quatro métodos de locomoção que lhes permitem uma mobilidade substancial mesmo perante a sua condição de "répteis sem pernas".
Todas as serpentes têm a capacidade de ondulação lateral, em que o corpo é ondulado de lado e as áreas flexionadas propagam-se posteriormente, dando a forma de uma onda de seno propagando-se posteriormente.
Além disto, as serpentes também são capazes do "movimento de concertina", ou "movimento de sanfona". Este método de movimentação pode ser usado para trepar em árvores ou atravessar pequenos túneis. No caso das árvores, o tronco é agarrado pela parte posterior do corpo, ao passo que a parte anterior é estendida. A porção anterior agarra o tronco em seguida e a porção posterior é propelida para a frente. Este ciclo pode ocorrer em várias secções da cobra simultaneamente (este método originou a afirmação errônea de que as cobras "andam nas próprias costelas"; na verdade, as costelas não movem para frente e para trás em nenhum dos 4 tipos de movimento). No caso de túneis, em vez de se agarrar, o corpo comprime-se contra as paredes do túnel criando a fricção necessária para a locomoção, mas o movimento é bastante semelhante ao anterior.
Outro método comum de locomoção é locomoção retilínea, em que uma cobra se mantém recta e se propele como se de uma mola se tratasse, usando os músculos da sua barriga. Este método é usado normalmente por cobras muito grandes e pesadas, como pítons evíboras.
No entanto, o mais complexo e interessante método de locomoção é o zigue-zague, uma locomoção ondulatória usada para atravessar lama ou areia solta.
Nem todas as serpentes são capazes de usar todos os métodos. A velocidade máxima conseguida pela maioria das cobras é de 13 km/h, mais lento que um ser humano adulto a correr, excepto a mamba-negra, que pode atingir até 20 km/h.
Nem todas as serpentes vivem em terra; serpentes marítimas vivem em mares tropicais pouco profundos.
Classificação
Subordem Serpentes (Ophidia)
Superfamília Typhlopoidea (Scolecophidia)
Família Anomalepididae
Família Typhlopidae (Cobras cegas)
Família Leptotyphlopidae /Glauconiidae
Superfamília Henophidia (Boidae)
Família Aniliidae /Ilysiidae: falsa-coral brasileira
Família Anomochilidae
Família Boidae: jibóias
Família Pythonidae: pítons
Família Bolyeridae:
Família Cylindrophiidae
Família Loxocemidae: jiboia-mexicana
Família Tropidophiidae
Família Ungaliophiidae (boas anãs)
Família Uropeltidae
Superfamília Xenophidia (Colubroidea = Caenophidia)
Família Acrochordidae
Família Atractaspididae
Família Colubridae
Família Elapidae: coral-verdadeira
Família Hydrophiidae: cobra-do-mar
Família Viperidae: víboras
Serpentes peçonhentas
Cobra em posição de ataque.

Embora apenas um quarto das serpentes sejam peçonhentas - é vulgar chamar erradamente venenosos aos animais que injetam sua toxina-, muitas das espécies são letais aos humanos. Estas serpentes letais são geralmente agressivas e sua peçonha pode matar um adulto saudável, se este não for devidamente tratado no período de algumas horas.
As cobras venenosas são classificadas em quatro famílias taxonómicas:
Elapidae - najas, mambas, cobras-coral, cobra-real, etc.
Viperidae - cascavel, jararaca, surucucu, víbora-cornuda, víbora-de-seoane, etc.
Colubridae - cobra-rateira, nem todas venenosas.
Hydrophiidae
Em Portugal, apenas existem espécies de duas destas famílias - Colubridae e Viperidae. Apenas três espécies merecem referência como perigosas para o Homem: a cobra-rateira, a víbora-cornuda e a víbora-de-seoane. Os casos de mordeduras fatais conhecidos são raros e ocorreram principalmente em indivíduos debilitados, idosos, doentes ou crianças. Existem antídotos específicos para o veneno destas espécies.

08/01/2016

DOGUE ALEMÃO

Dogue alemão  (em alemão: Deutsche Dogge), também chamado de cão dinamarquês, é uma raça canina oriunda da Alemanha, conhecida pelo seu porte gigante. Possui temperamento calmo e equilibrado, sendo utilizado para guarda e companhia. É descrito pelo padrão como um cão ao mesmo tempo elegante e imponente. É a raça do cão mais alto do mundo, segundo o Guiness Book: Zeus, com 1,12 m de altura na cernelha.
Origem e evolução

Chanceler Bismarck e dois de seus cães, em 1891.
A raça tem origem antiga e controversa. A hipótese mais aceita é que seu ancestral remoto, o extinto molosso assírio, foi cruzado pelos romanos com cães mais leves (possivelmente os ancestrais do lébrel irlandês) com a intenção de produzir um cão forte e ágil, a ser usado na caça de javalis, lobos e ursos. Posteriormente, estes cães se tornaram populares em diversas regiões da Europa e foram utilizados para defesa de propriedades e escolta de caravanas.
A raça esteve presente na primeira exposição de cães da história, realizada em 1863, na cidade de Hamburgo, Alemanha, inscrita sob dois nomes diferentes: dogue dinamarquês (Danish Dogge - cães de pelagem branca e preta) e dogue de Ulm (Ulmer Dogge - pelagem marrom, tigrada, preta ou cinza). Um grupo de juízes cinófilos julgou impossível distinguir uma raça de outra, e em 1880, as duas raças foram unificadas sob o nome de dogue alemão (Deutsche Dogge), denominação hoje reconhecida pela FCI. Apesar de não haver evidências da participação da Dinamarca na criação da raça, os países de língua inglesa e espanhola ainda utilizam a denominação "grande dinamarquês" (respectivamente, great dane e gran danés). Em 1888 foi fundado o clube oficial de criadores e em 1891 foi escrito o primeiro padrão rácico, que sofreu pequenas alterações até o dia de hoje. Um de seus grandes entusiastas foi o chanceler alemão Bismarck, que criou a raça por quase 60 anos, e estava sempre acompanhado de um ou mais de seus cães. Um deles, Tyras, chegou a atacar e derrubar um diplomata russo que discutia acaloradamente com Bismark.
Características
Anatomia geral e estrutura externa
O dogue alemão ideal é descrito como uma "escultura nobre", por sua aparência que concilia imponência e elegância. Um dogue bem proporcionado é um cão ao mesmo tempo forte e ágil, o que é fundamental para suas funções originais, a caça e guarda. É considerado o Apolo entre as raças caninas.
A raça se destaca pelo seu tamanho. A altura mínima na cernelha exigida pelo padrão é de 72 cm para as fêmeas e 80 cm para os machos, porém não raro se encontram exemplares que ultrapassam os 90 cm de altura e 70 kg de peso. O padrão não especifica peso ou altura máximos. Cães de maior tamanho são desejáveis, desde que respeitem as proporções exigidas pelo padrão.

Dogue alemão arlequim com orelhas cortadas eretas

A cabeça deve ser alongada, estreita, expressiva, com stop bem definido. Topo do crânio e focinho devem ser retos e formar duas linhas paralelas. A distância entre a ponta do focinho até o stop, e deste até o osso occipital, deve ser a mesma. Olhos devem ser amendoados e com pálpebras bem ajustadas, sem ser caídas. O pescoço deve ser longo, seco e musculoso. O corpo deve ser forte, muscular, com costelas bem arqueadas. Os membros devem ser fortes, bem angulados, e vistos de trás, paralelos. Os dedos devem ser unidos e bem arqueados, lembrando patas de gato. A movimentação deve ser harmoniosa, com passadas cobrindo grande distância.
O padrão lista como faltas, entre outras: jarrete de vaca, pescoço curto e grosso, cabeça em forma de maçã (com topo arredondado),prognatismo, lábios pouco desenvolvidos ou muito pendentes, constituição física muito leve ou demasiado pesada.
As orelhas são naturalmente caídas, porém em muitos países é comum a conchectomia, cirurgia para tornar as orelhas eretas. Esta tradição tem origem na época que a raça era utilizada para caça; as orelhas longas eram cortadas para evitar ferimentos na luta com suas presas. O corte utilizado na época era curto, como o que é visto atualmente no pit bull. Posteriormente, a cirurgia tornou-se primariamente estética, tornando-se habitual o corte mais longo (conchectomia parcial). Esta cirurgia deve ser feita no cão ainda filhote, por cirurgião veterinário especializado. O pós-operatório é trabalhoso, pois o cão precisa usar talas por semanas ou meses, até que as orelhas estejam totalmente eretas. No Brasil, a cirurgia foi proibida pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária.

Dogue alemão tigrado com orelhas naturais

Pelagem e variedades
O pelo do dogue alemão é curto, denso, rente ao corpo e brilhante. Pelagem dupla ou fosca são consideradas faltas.
O padrão da raça define cinco cores aceitas:
Dourado: pelagem dourada (castanha ou fulva), sem manchas brancas, sendo aceitos tons claros ou escuros. Devem ter uma máscara negra envolvendo focinho e olhos. Orelhas costumam ser de tom mais escuro que o restante do corpo.
Tigrado: cor de fundo igual ao dourado, com listras pretas bem definidas. Assim como no dourado, manchas brancas são faltas desqualificantes.
Arlequim: cor de fundo branco puro, com manchas negras de formato irregular, bem distribuídas pelo corpo. Trufa despigmentada (rosa), olhos claros ou um olho de cada cor são aceitos, porém menos desejáveis.
Preto: cor negra. São admitidas manchas brancas no peito e pés. O cão negro com pescoço, peito, patas, focinho e ponta da cauda brancas é chamado de mantado ou boston (pela semelhança com a marcação típica do boston terrier. O cão branco com a área do crânio e orelhas negras, com poucas manchas grandes no dorso, é chamado de preto plaqueado.
Azul: cor cinza-azulada (azul-aço). São permitidas pequenas manchas brancas no peito e patas.
Para fins de reprodução e exposição, a raça é dividida em três variedades, de acordo com a cor:
dourados e tigrados;
azuis e pretos descendentes de cruzamentos entre azuis;
arlequins e pretos oriundos de cruzamentos da variedade arlequim (incluem-se nesta categoria os cães com pelagem mantada e plaqueada).
Estas variedades não devem ser cruzadas umas com as outras, para evitar o surgimento de cores indesejadas.

Dogue alemão branco, coloração desqualificada

Demais cores
Mesmo em cruzamentos entre as variedades corretas, eventualmente podem nascer filhotes com cores fora do padrão. Entre as mais comuns, podemos citar:
Merle: cor de fundo cinza com manchas pretas irregulares. Aparece com freqüência nos cruzamentos da variedade arlequim. Sua reprodução é proibida devido ao risco de surdez e cegueira associado ao gene merle.
Branco: nos dogues alemães, a cor branca é normalmente causada pelo gene merle. Quando em homozigose, este gene suprime a produção de pigmentos pelos melanócitos, fazendo que seus portadores sejam quase totalmente brancos, geralmente com olhos azuis. Podem ter algumas pintas negras ou acinzentadas na cabeça e dorso.Estes cães também são chamados "double merles". Porém, como os melanócitos também são importantes na formação da visão e audição, estes cães não raro apresentam deficiência auditiva e visual. Alguns estudos indicam também que esses cães possuem maior probabilidade de desenvolver problemas neurológicos e autoimunes, além de requererem cuidados especiais devido à sua pele ser mais sensível ao sol. Os cães brancos "double merle" são resultado do cruzamento entre dois cães portadores do gene merle - arlequins, merles ou brancos. Por este motivo, o cruzamento entre arlequins é desaconselhado pela CBKC e AKC, sendo proibido no país de origem da raça, a Alemanha. Estes cães são muitas vezes chamados incorretamente de "albinos", mas o gene responsável pelo albinismo nunca foi encontrado na raça. Um exemplo famoso de dogue alemão branco é Titan, previamente reconhecido pelo Guiness Book como "o cão mais alto do mundo" em 2009. Titan é completamente cego e surdo, além de ter crises de epilepsia.
Outras cores que podem eventualmente sugi são combinações das cores anteriores, como arlequins com manchas douradas ou tigradas, cães mantados de dourado ou azul. Todos estes cães, se oriundos de cruzamentos autorizados pelo padrão da raça, tem direito a pedigree, porém no mesmo deverá constar a inscrição "inapto para reprodução".
Saúde

dogue alemão coloração arlequim

Como é comum em cães de porte gigante, os dogues alemães tem uma expectativa de vida relativamente curta, por volta de 6 a 8 anos, embora em casos raros alcancem até 14 anos de idade. As causas de morte mais comuns são torção gástrica, cardiopatias e câncer. Entre os tipos de câncer mais comuns na raça são estão o osteosarcoma, linfomas e tumores mamários.
O estômago do dogue alemão é longo e sujeito à Síndrome da dilatação vólvulo-gástrica, também conhecida como torção gástrica. Nesta situação o estômago dilatado gira sobre si mesmo, impedindo a drenagem estomacal, conseqüentemente comprimindo a circulação e a respiração. Os sintomas comuns são inchaço abdominal, prostração, mucosas pálidas e dificuldade respiratória. É uma situação de emergência, pois leva à morte em poucas horas. O cão nestas condições deve receber cuidados veterinários imediatamente, já que o único tratamento possível é cirúrgico. Para evitar o problema, as refeições devem ser moderadas, fracionadas em duas ou três porções diárias, e em horários determinados. Também deve-se evitar que o cão beba muita água ou faça exercícios após as refeições.
Como muitas raças de porte grande, os dogues alemães são propensos a apresentar displasia coxofemoral. É uma doença de forte caráter genético que causa dores e dificuldade de locomoção. Portanto, antes de reproduzir cães desta raça, é importante fazer exames em ambos os pais para reduzir a chance dos filhotes desenvolverem o problema. Excesso de exercício, dieta desequilibrada e sobrepeso em animais em crescimento podem favorecer o desenvolvimento da doença.
Temperamento

Dogue alemão azul

O dogue alemão ideal é um cão calmo, extremamente dócil com a família, porém reservado com estranhos. É um guarda equilibrado, que não ataca sem necessidade, mas quando o faz, tem ataque de alto impacto. Seu tamanho e força, aliados a uma agilidade que o permite cobrir grandes distâncias, o tornam um excelente guardião de propriedades. Infelizmente, devido a cruzamentos indiscriminados, muitos dogues perderam a aptidão para guarda. Por esse motivo, deve-se conhecer os pais da ninhada antes de escolher o filhote, e excluir da reprodução os cães com falhas de temperamento.
Temperamento nervoso, medroso ou facilmente provocável é considerado falta pelo padrão. Timidez e agressividade excessiva são consideradas faltas graves.
Na cultura popular
Provavelmente o representante mais famoso da raça é o personagem do estúdio Hanna-Barbera, Scooby-Doo. Criado pelo designer Iwao Takamoto, Scooby não é exatamente um representante típico da raça. Takamoto explicou que antes de criar o personagem, conversou com um criador de dogues alemães, que descreveu a aparência ideal da raça. Após isso, resolveu desenhar Scooby-Doo de forma oposta, com pernas tortas, queixo proeminente e uma cor não aceita pelo padrão.
A cantora pop Lady Gaga utilizou dogues alemães arlequins em vários de seus videoclipes. Infelizmente um dos cães usados, Rumpus, teve uma morte precoce aos 5 anos de idade.