30/12/2015

DIABO DA TASMÂNIA



O diabo-da-tasmânia ou demônio-da-tasmânia (nome científico: Sarcophilus harrisii, do grego, sarx, carne + philos, amigo; e harrisii, em homenagem a George Harris) é um mamífero marsupial da família Dasyuridae endêmico da ilha da Tasmânia, Austrália. Através do registro fóssil sabe-se que a espécie habitou também a Austrália continental, tendo se extinguido há cerca de três mil anos. As causas do desaparecimento são desconhecidas, mas acredita-se que tenha sido influenciado pela introdução do dingo, pela chegada e expansão dos aborígenes e por influência climática do El Niño durante o Holoceno.
Com uma aparência de urso, que lhe rendeu a descrição científica de Didelphis ursina, é um animal robusto e musculoso. Sua pelagem é escura com manchas brancas na região da garganta, das bochechas e lombar. Os dentes molares são adaptados à sua dieta decarniça. É um caçador pouco eficiente, preferindo animais de pequeno porte. Pode ser encontrado em vários tipos de habitat, incluindo áreas urbanas, mas prefere bosques costeiros e florestas esclerófitas. Noturno e solitário, habita uma área de vida definida, mas não tem tendências territoriais. Ocasionalmente, vários animais se reúnem para se alimentar de uma carcaça, gerando interações agressivas. Promíscuos, acasalam-se uma vez ao ano, gerando ninhadas de dois a quatro filhotes, que são desmamados aos oito meses de idade. É o maior marsupial carnívoro existente, após a extinção do tilacino, e possui convergência ecomorfológica com ashienas.
Inicialmente, o animal foi visto pelos colonizadores europeus como uma ameaça aos rebanhos domésticos, sendo então caçado e envenenado, com significativa redução populacional. Em 1941, a espécie foi oficialmente protegida e os números começaram a aumentar. No final da década de 1990, uma doença neoplásica reduziu drasticamente a população e agora ameaça a sobrevivência da espécie, que em maio de 2009 foi declarada em perigo de extinção. Programas de manejo estão sendo conduzidos pelo governo da Tasmânia para reduzir o impacto da doença, incluindo uma iniciativa para formar um grupo de diabos saudáveis em cativeiro, isolados da doença. O animal é o símbolo da Tasmânia e de muitas organizações, grupos e produtos associados ao estado. Ficou popularmente conhecido através do personagem Taz dos desenhos animados Looney Tunes. Devido a restrições de exportação e do fracasso reprodutivo dos demônios no exterior, quase não há indivíduos fora da Austrália.
Nomenclatura e taxonomia

Gravura do Didelphis ursina eDidelphis cynocephala publicada em 1808, junto da descrição de George Harris.

Gravura do "Sarcophile oursin" publicada no "Histoire Naturelle des Mammifères" em 1837 por Frédéric Cuvier.
O naturalista George Harris fez a primeira descrição do diabo-da-tasmânia em 1808, nomeando-oDidelphis ursina, por lembrar a aparência de um urso, devido às orelhas arredondadas. Em 1810, Étienne Geoffroy Saint-Hilaire recombinou o nome científico para Dasyurus ursinus alegando uma maior relação entre o diabo e as espécies do gênero Dasyurus. Frédéric Cuvier, em 1837, descreveu o gênero Sarcophilus para o ursinus, alegando que a espécie era mais próxima aoThylacinus que ao Dasyurus, porém com características distintivas o suficiente para garantir a descrição de um novo gênero. Em 1838, Richard Owen descreveu uma espécie fóssil, Dasyurus laniarius, com base em espécimes do Pleistoceno coletados na caverna Wellington, em Nova Gales do Sul.
Como o nome proposto por Harris, já estava pré-ocupado pelo Didelphis ursina descrito por George Shaw em 1800, ele foi substituído paraUrsinus harrisii por Pierre Boitard em 1841. Em 1903, Oldfield Thomas, sem ter conhecimento da substituição feita por Boitard, renomeou o Didelphis ursina de Harris para Sarcophilus satanicus, mas em 1913, reconhecendo que o harrisii antecede sua nomeação, recombina oUrsinus harrisii para Sarcophilus harrisii, estabelecendo a combinação válida para a espécie.
Werdelin, em uma revisão taxonômica publicada em 1987, determinou que as espécies do Pleistoceno e as do Recente não possuíam características distintas marcantes e deviam ser consideradas como uma única espécie, cujo nome seria Sarcophilus laniarius (1838), que possuía prioridade sobre Sarcophilus harrisii (1841). O trabalho de Werdelin não foi muito aceito pela comunidade científica, e ambos os nomes foram usados para o diabo-da-tasmânia no decorrer dos anos. Colin Groves, na segunda edição do "Mammals Species of the World" de 1993, utilizou o nome Sarcophilus laniarius para a espécie, entretanto, na terceira revisão de 2005, tornou a usar Sarcophilus harrisii, deixando o nome S. laniarius para a espécie fóssil, que deveria ser retida como uma espécie distinta já que as medidas da espécie fóssil e atual não coincidem em muitas variáveis.
O diabo-da-tasmânia é uma espécie politípica, possuindo duas subespécies reconhecidas: S. h. harrisii, da Tasmânia, e S. h. dixonae, umtáxon extinto descrito por Werdelin (1987) com base em material subfóssil encontrado em Nelson Bay, Vitória. Análises filogenéticasdemonstraram que o diabo tem maior relação com as espécies do gênero Dasyurus do que com o Thylacinus, ao contrário do que postulou Frédéric Cuvier em 1837.
Distribuição geográfica e habitat[editar | editar código-fonte]
O diabo-da-tasmânia é endêmico da Austrália, onde pode ser encontrado apenas na ilha da Tasmânia e algumas ilhas costeiras próximas, como Robbins, Bruny e Badger. A população da Ilha Bruny sobreviveu até meados do século XIX, não havendo mais registros para a espécie após 1900. A população da Ilha Badger foi ilegalmente introduzida na metade da década de 1990, sendo removida em agosto de 2007. Registros subfósseis indicam também a presença da espécie na ilha Flinders até o início do século XIX.
A espécie extinguiu-se no continente australiano entre 3 000 e 4 000 anos a.p. Dentre os fatores que a levaram à extinção, três hipóteses são levantadas: (1) competição com os dingos por alimento, (2) pressão sofrida pela expansão dos aborígenes, e (3) mudança climática em decorrência da intensificação da Oscilação Sul-El Niño(OSEN). O S. harrisii estava bem distribuído através da Austrália durante o Pleistoceno, declinando e ficando restrito a três populações remanescentes durante o Holoceno Médio, a cerca de 3 000 anos atrás. Uma no norte, próxima a Darwin, Território do Norte, baseada em um único registro fóssil e na arte rupestre. Uma no sudoeste daAustrália Ocidental baseada em registros descritos por diversos autores. E uma no sudeste, baseada em registros feitos em várias localidades que vão do delta do rio Murrayaté as vizinhanças de Port Phillip, Vitória. Em 1972, um dente fóssil encontrado na região de Augusta, Austrália Ocidental, foi datado tendo entre 430±160 anos de idade, entretanto, essa datação radiométrica foi rejeitada em 2006, devido a incertezas quanto à origem do depósito onde foi encontrado o dente, especialmente porque os outros achados do mesmo sítio foram datados com cerca de 3 000 anos.
Os diabos podem ser encontrados em todos os habitats da ilha, incluindo os arredores das áreas urbanas, mas preferencialmente habita bosques costeiros e florestas esclerófilas. O "núcleo" da distribuição, onde se concentram as maiores densidades populacionais, está localizado nas zonas com precipitação anual de baixa a moderada do leste e norte da ilha. Densas florestas úmidas de eucalipto, áreas alpinas, brejos densos e úmidos e pastagens abertas suportam apenas baixas densidades populacionais. Diabos também evitam encostas íngremes e áreas rochosas.
Características
Ficha técnica

Peso 5,5 - 11,8 (Machos)
4,1 - 8,1 (Fêmeas)
Comprimento
(média) 652 mm (Machos)
570 mm (Fêmeas)
Cauda
(média) 258 mm (Machos)
244 mm (Fêmeas)
Tamanho de ninhada 2 - 4
Gestação 14 - 22 dias
Desmame 8 meses
Maturidade sexual 11 meses (Machos)
2 anos (Fêmeas)
Longevidade 5 - 6 anos
O diabo-da-tasmânia possui uma aparência superficial de urso, exceto pela cauda. Possui porte robusto, com uma cabeça curta, larga e musculosa, focinho curto e orelhas arredondadas. As orelhas são peludas com tufos bem demarcados na base. Sua pelagem é de castanha escura a negra, exceto pela mancha branca na região da garganta e por uma ou duas manchas nas regiões lombar e lateral do corpo. Cerca de 16% dos animais apresentam melanismo, ou seja, são completamente negros, sem qualquer tipo de mancha.
Os membros dianteiros tendem a ser maiores que os traseiros. O primeiro dedo do pé está ausente, fazendo com que o diabo tenha 5 dedos nas mãos e apenas 4 nos pés. As garras não são retráteis. A cauda, não-preênsil, curta e uniformemente coberta de pelos, tem importante papel na fisiologia, no comportamento social e na locomoção. Ela funciona como um depósito de gordura, e diabos saudáveis tendem a ter caudas grossas, e age como um contrapeso que ajuda a dar estabilidade quando o animal se movimenta rapidamente. Glândulas ad-anais na base da cauda são usadas na demarcação e na comunicação social pelo seu odor forte e característico.

Dentição do diabo-da-tasmânia.
O crânio e os dentes são maciços e resistentes. A dentição assemelha-se a dos marsupiais fósseis e aos gambás sul-americanos. Os quatro molares são bem desenvolvidos e adaptados, permitindo que o diabo triture ossos e rasgue carne, os três primeiros têm formato triangular, enquanto os dois últimos são análogos ao dente carniceiro dos carnívoros placentários. Os caninos são proeminentes e mais arredondados e os pré-molares são bem reduzidos. Machos têm caninos mais fortes que as fêmeas, provavelmente por causa da dominância sexual exercida na estação reprodutiva. A fórmula dentária éSuperior: 4.1.2.4 / Inferior: 3.1.2.4, Total = 42 .
As fêmeas possuem 4 mamas e o marsúpio é completamente fechado e voltado para trás na estação reprodutiva, ao contrário da maioria das espécies da família. O tamanho varia consideravelmente com o habitat, a dieta e a idade. Os machos são geralmente maiores que as fêmeas.
Longas vibrissas se estendem na face e no topo da cabeça, e têm função sensorial na localização de presas e de outros indivíduos da espécie. A audição é o sentido dominante, mas o olfato também é apurado, alcançando distâncias de até 1 km. Devido ao hábito noturno, a visão é fortemente monocromática, conseguindo detectar objetos em movimento rapidamente, mas tendo dificuldade para visualizar objetos estacionários.
Ecologia e comportamento

Embora noturno, o diabo-da-tasmânia aprecia banho de sol.
O diabo-da-tasmânia é um animal de hábito noturno e crepuscular. Ambos os sexos constroem ninhos com gravetos e folhas em buracos cavados pelos próprios ou tocas de vombates vazias, onde passam o dia. Em áreas tranquilas podem ser vistos tomando banho de sol. Apresenta um comportamento solitário, com interações macho-fêmea na estação reprodutiva. Fora dessa época as interações entre fêmeas é um pouco comum, mas entre machos é rara. Ocasionalmente, quando os indivíduos se reúnem em torno de uma carcaça, eles interagem de modo agressivo, mas não apresentam um sistema de hierarquia social. Quando reunidos utilizam-se de um repertório para comunicação social que incluiu posturas, vocalizações e utilização de urina e secreção glandular. Em condições de cativeiro, os diabos-da-tasmânia organizam-se num sistema hierarquizado.
Não possui comportamento territorial, apesar de habitar uma área de vida definida, que frequentemente se sobrepõe a áreas de indivíduos do mesmo sexo ou do sexo oposto. A localização e o tamanho dessa área depende basicamente da disponibilidade de alimento. Uma típica área de vida é estimada em 13 km², variando entre 4 e 27 km². Não há registros de movimentos sazonais, embora no inverno os animais se movimentem mais a procura de alimento. Ocupa diferentes tocas, mudando a cada 1-3 dias, percorrendo uma distância entre elas que pode variar de 3,2 km a 8,6 km, sempre à noite.
Com a extinção do tilacino em 1936, o diabo-da-tasmânia tornou-se o maior marsupial carnívoro existente. O tilacino representava um importante predador, tanto de adultos quanto de filhotes de diabos. Os juvenis são predados por águias (Aquila audax fleayi), corujas (Tyto novahollandiae), Dasyurus maculatus e por cães domésticos e errantes. O diabo possui uma função ecológica no ecossistema, limpando as carcaças do ambiente, evitando assim a proliferação de moscas-varejeiras e outras pragas, como Vespula germanica e Oncopera spp., e controlando as populações da raposa-vermelha e de cães e gatos errantes. Através de uma convergência ecomorfológica, o diabo e a hiena compartilham uma mandíbula e dentes fortes, capazes de triturar ossos, além de hábitos carniceiros, desempenhando papéis semelhantes nos diferentes ecossistemas. O diabo possui distribuição simpátrica com duas espécies do gênero Dasyurus, D. maculatus e D. viverrinus, mas apenas com o primeiro compete diretamente por alimento.
Dieta e hábitos alimentares

Diabo-da-tasmânia se alimentando de um pequeno canguru atropelado.
A dieta da espécie é bastante variável e depende da disponibilidade de alimento, e inclui uma grande variedade de vertebrados e invertebrados, como também frutos e plantas. Grande parte da alimentação é derivada de pequenos a médios cangurus dos gêneros Macropus, Wallabia, Thylogale, Bettongia e Potorous, vombates (Vombatus ursinus), carneiros e coelhos. Geralmente consumindo as carcaças de animais atropelados ou mortos por outras causas. O diabo não é um caçador eficiente, e quando caça, geralmente ataca animais de pequeno porte, como aves, sapos, répteis, vombates, cangurus pequenos, cordeiros fracos e doentes. Em média, o diabo come cerca de 15% do seu peso corporal por dia, embora possa ingerir mais de 40% caso tenha a oportunidade.
Reprodução

Três filhotes tomando banho de sol.
O diabo-da-tasmânia tem hábitos promíscuos e se reproduz uma vez ao ano entre os meses de fevereiro e junho. Em estudos mais antigos, a estação reprodutiva era mais curta, concentrando-se nos meses de fevereiro e março. O período gestacional varia entre 14 a 22 dias e resulta numa ninhada de 2 a 4 filhotes. Como na maioria dos marsupiais, o restante do desenvolvimento ocorre no interior do marsúpio. Até os 90 dias, as crias ficam agarradas às mamas, aos 105 dias deixam o marsúpio pela primeira vez e são desmamadas aos 8 meses.
Os machos disputam as fêmeas na estação reprodutiva e a fêmea se acasala com o macho dominante. O maior contato entre os indivíduos nessa época resultada em maiores taxas de lesões como resultado da agressão intra/inter-sexual. O acasalamento se dá tanto de dia como de noite. As fêmeas normalmente atingem a maturidade sexual aos dois anos de idade, entretanto, devido ao aparecimento da doença tumoral facial, a maturidade já pode ser observada no primeiro ano de vida.
Genética
O diabo-da-tasmânia tem uma baixa diversidade genética quando comparado a outros marsupiais australianos e a placentários carnívoros. Este achado é consistente com o efeito fundador insular, mas reduções populacionais pré-doença também podem ter colaborado. Embora a sobrevivência e reprodução da espécie não seja comprometida por essa baixa diversidade, ela pode reduzir a resistência a doenças. A falta de diversidade no complexo principal de histocompatibilidade (MHC) é possivelmente um dos principais fatores atrás da disseminação do tumor facial.
As populações de diabos do noroeste e do leste são geneticamente distintas. O fluxo gênico pode ser reduzido por barreiras naturais à dispersão, entretanto, essas barreiras não são intransponíveis. Os diabos do noroeste também possuem um MHC ligeiramente distinto dos diabos do leste. Em junho de 2011, foi divulgada a análise do sequenciamento total do genoma de dois exemplares da espécie, um do noroeste e um do sudeste da ilha, e também do tumor presente no indivíduo do sudeste. O sequenciamento do genoma tem como objetivo ajudar no manejo genético da espécie a fim de preservar a diversidade genética nas populações futuras.
Conservação

Diabo-da-tasmânia no Cleland Wildlife Park, próximo à cidade de Adelaide.
A espécie foi listada como vulnerável sob o Threatened Species Protection Act 1995 da Tasmânia em 2005 e pelo Environment Protection and Biodiversity Conservation Act 1999 da Austrália em 2006, entretanto, essa categoria foi retificada em 2009 para em perigo. A União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), que classificava o S. harrisii como pouco preocupante em 1996, reclassificou-o em 2009 como em perigo.
Historicamente, os colonizadores europeus consideraram o diabo-da-tasmânia uma praga que atacava e matava as aves domésticas e os cordeiros. Como consequência, foi intensivamente caçado por vários anos até a proteção oficial em junho de 1941, quando a população começou a se recuperar gradualmente.
Registros indicaram baixas densidades populacionais ao menos três vezes nos últimos 150 anos (nas décadas de 1850, 1900 e 1940), com recuperação levando de duas a três décadas. Sem nenhum agente causal identificado. Estimativas populacionais feitas na metade da década de 1990 indicavam entre 130 000 e 150 000 indivíduos, com aproximadamente 50% de adultos, entretanto os números são considerados superestimados. A doença tumoral já reduziu a população total em mais de 70%, incluindo toda a metade oriental da ilha onde já causou uma redução de mais de 90%. A extinção na natureza é uma possibilidade real de acontecer entre 25 a 35 anos, caso a neoplasia continue se espalhando.
A principal ameaça que atinge o diabo-da-tasmânia é a doença do tumor facial. Outras ameaças conhecidas são: atropelamento, caça ilegal, perda do habitat e competição com a raposa-vermelha. No passado pré-doença eram as principais causas de mortalidade e controle populacional da espécie.

DINGO






O dingo (Canis lupus dingo) é uma sub-espécie de lobo, assim como o cão doméstico, originária da Ásia e que se encontra atualmente em estado selvagem na Austrália e sudeste asiático. A origem dos dingos permanece incerta mas crê-se que resultem de uma das primeiras domesticações do lobo. Os dingos pesam entre 10 a 24 kg e apresentam pelo curto e amarelado. Ao contrário dos cães, os dingos só se reproduzem uma vez por ano, não ladram e têm dentes caninos mais desenvolvidos. Os dingos não formam alcateias e vivem ou sozinhos, ou em pequenos grupos familiares.
História

Dingo branco.
Os dingos chegaram à Austrália há cerca de 4000 anos, trazidos por navegadoresaustronésios, e não com os primeiros aborígenes. Espalharam-se rapidamente pelo continente australiano e pensa-se terem afetado significativamente o ecossistema, contribuindo para a recessão dos carnívoros marsupiais (já em declínio). Com a chegada dos colonos europeus e os rebanhos de ovelhas, os dingos começaram a ser perseguidos e caçados como ameaça, assim como aconteceu com o tigre-da-tasmânia, que foi extinto. Nos anos da década de 1880construiu-se uma barreira de cerca de 8500 km de comprimento, com o objectivo de manter os dingos afastados do sudeste australiano, onde se concentravam as quintas (fazendas), e proteger os rebanhos. À data, era a maior estrutura já construída pelo homem.
Habitat 
O principal habitat do dingo concentra-se nas zonas áridas e desabitadas da Austrália e zonas arbóreas do Sudeste Asiático
Alimentação
Alimentam-se de canguru vermelho, wallaby, coelho europeu, anseranas e as vezes o gado.

Um dingo macho e sua cria.
Distribuição geográfica 
A área de distribuição desta espécie centraliza-se no centro e norte geográfico australiano embora possa ser encontrado em qualquer zona do país. Alguns espécimes também se encontram dispersos pelo arquipélago indonésio e restante Sudeste Asiático.
Estado de conservação
O dingo encontra-se relativamente ameaçado devido à proliferação da espécie humana pelo seu habitat. O estado de conservação deste canídeo é classificado como «vulnerável».
Características 
Apresentam características que os assemelham aos cachorros. Aparentam ser uma transição do lobo aos cães domésticos.
Classificação Taxonómica
A classificação taxonómica deste canídeo é considerada, tal como a do cão, controversa já que alguns cientistas argumentam que o dingo deve ser inserido na espécie «Canis Lupus» ou lobo enquanto que alguns outros o classificam como espécie distinta.

CANGURU




Canguru é o nome genérico dado a um mamífero marsupial pertencente a quatro espécies do género Macropus (ver caixa) da famíliaMacropodidae, que também inclui os wallabees. As características incluem patas traseiras muito desenvolvidas e a presença de uma bolsa (o marsúpio) presente apenas nas fêmeas na qual o filhote completa seu desenvolvimento. O canguru é o animal-símbolo daAustrália , conhecido por seus pulos.

Características e Habitat 
O seu habitat situa-se em planícies. A sua alimentação baseia-se em vegetais e frutas. Apesar de ter uma alimentação basicamente vegetariana, muitas vezes os cangurus são atraídos pelos restos de alimentos humanos, ou mesmo alimentados por turistas com alimentos inadequados (pão, por exemplo). Ao ingerir esse tipo de alimento, ocorre desequilíbrio de sua flora intestinal e fermentação excessiva, ocasionando síndrome cólica grave, que na maioria das vezes leva o animal à morte.
O pêlo do canguru é, geralmente, espesso. Crescem durante toda a vida. A sua cauda mede de 0,70 cm a 1,40 m. A maior parte dos cangurus têm orelhas grandes e cabeça pequena. O canguru, quando jovem permanece com a mãe, subindo na sua bolsa para se alimentar e ficar seguro, até que tenha mais que um ano de idade. Os Cangurus vivem na Austrália continental. Pesam cerca de 500 g a 90 kg, medindo cerca de 80 cm a 1,60 metros. A sua gravidez (gestação) demora de 30 a 40 dias, dando à luz apenas um filhote de cada vez. Os cangurus nascem imaturos. O seu desenvolvimento é no interior de uma bolsa na barriga da sua mãe que se chama marsúpio. Ali, o filhote mama e protege-se. O canguru é uma espécie endêmica da Austrália.
Qualquer marsupial selvagem é cuidadoso com os humanos. No entanto, durante a seca, os cangurus são obrigados a partir para áreas povoadas em busca de comida. Quando os humanos se aproximam, eles podem se sentir ameaçados e se defenderem. Mesmo sendo simpático, um canguru bravo é capaz de matar um humano. Porém isso não se pode considerar um ataque, é meramente uma reação instintiva de defesa, pois nós humanos somos seus maiores predadores.
Alguns dos maiores cangurus, como o canguru vermelho macho, Macropus rufus, podem medir 1,4 metro da cabeça aos pés. Nesta altura, eles podem derrotar um humano com facilidade. As fêmeas do canguru possuem a metade do tamanho dos machos, aproximadamente.
Os cangurus vermelhos preferem planícies abertas, enquanto as espécies cinzas preferem florestas densas. A principal diferença entre eles é a cor. Os cangurus das árvores possuem patas frontais mais fortes e resistentes que seus parentes. Eles podem ser encontrados nas florestas montanhosas do norte de Queensland. Os cangurus não costumam ficar mais de 15 km longe da água.
Os cangurus e seus parentes, os wallabies, só vivem na Austrália e Nova Guiné. Eles são marsupiais, mas também pertencem à família dos macropodídeos, pois possuem patas traseiras maiores que as dianteiras.
O número de cangurus é cuidadosamente monitorado na Austrália: existe um equilíbrio entre a necessidade de conservar estas espécies e as demandas dos proprietários de terras. Se houver escassez de comida, o gado poderia passar fome, pois os cangurus se movem com mais facilidade e podendo escolher o melhor alimento.
O canguru-vermelho é o maior marsupial do mundo. As fêmeas da espécie dão a luz apenas a um bebe por vez, que nasce tão pequeno quanto uma cereja ou um chiclete, assim que o filhote nasce, ele vai direto para a bolsa da mãe e não emerge, por volta de 2 meses e finalmente saem da bolsa quando completam mais ou menos 1 ano de idade.
Cangurus vermelhos pulam usando suas fortes pernas em uma grande velocidade. Um canguru vermelho pode alcançar 56Km/h. Cada salto pode cobrir até 9 metros de distância em uma altura de 1,8 metros. As fêmeas dos cangurus vermelhos são mais leves e mais rápidas do que os machos.
Os machos da espécie lutam entre si para ter o direito de acasalar com uma femea em potêncial, eles podem ficar em pé sobre seus rabos e chutar seu inimigo com suas pernas poderosas, também podem morder ou arranhar com suas garras afiadas, as quais eles também usam em lutas contra predadores como o dingo.
O canguru-vermelho vive nos desertos da Austrália e em campos abertos, vivem em grupos familiares. Australianos e Europeus caçam dezenas desses belos animais para vender sua pele e sua carne, que é um prato muito apreciado na Austrália.

Mão dominante
Os cangurus selvagens têm tendência para preferir a mão esquerda à direita quando realizam tarefas, seja para se alimentarem, limparem ou apoiarem. O estudo que o demonstra é o primeiro a provar a existência de uma mão dominante numa espécie além da humana.
Esta lateralidade manual foi demonstrada em duas espécies diferentes de canguru, assim como numa espécie de wallaby. No geral, indivíduos das três espécies mostram preferência pela mão esquerda.

EMA






A ema (Rhea americana, Linnaeus, 1758), também chamada nandu, nhandu, guaripé e xuri, é uma ave da família Rheidae cujohabitat se restringe à América do Sul. Apesar de possuir grandes asas, não voa. Usa asas para se equilibrar e mudar de direção enquanto correm. Os indivíduos masculinos são os responsáveis pela incubação e o cuidado com os filhotes. É considerada a maior ave brasileira.
Quando das Invasões holandesas no Brasil, no brasão holandês do Rio Grande do Norte (1639) figurava uma ema.
Etimologia 
"Ema" é uma palavra de origem oriental, talvez molucana. "Nandu" e "nhandu" se originam do tupi ña'du. "Guaripé" se origina da língua tupi. "Xuri" se origina do tupi xu'ri.
Taxonomia 
A ema foi descrita em 1758 pelo zoólogo sueco Carolus Linnaeus em seu livro Systema Naturae. Há cinco subespécies de emas existentes atualmente, as quais não são facilmente distinguíveis entre si. Contudo um dos principais traços de distinção é a mancha preta na garganta e a diferença na altura entre as subespécies.
Rhea americana albescens (Lynch & Holmberg, 1878): planícies da Argentina (partes norte e leste do país), sul do Paraguai e sudoeste do Brasil;
Rhea americana americana (Linnaeus, 1758): centro e nordeste do Brasil;
Rhea americana araneipes (Brodkorb, 1938): oeste do Paraguai, leste da Bolívia e região do Pantanal, no Brasil;
Rhea americana intermedia (Rothschild & Chubb, 1914): Uruguai e extremo sul do Brasil;
Rhea americana nobilis (Brodkorb, 1939): leste do Paraguai.
Descrição
A ema é a maior e mais pesada ave do continente americano. Um macho adulto pode atingir 1,70 m de comprimento e pesar até 36 kg. A envergadura pode atingir 1,50 m de comprimento.
Apresentam plumagem do dorso marrom-acinzentada, com a parte inferior mais clara. O macho distingue-se por ter a base do pescoço, parte do peito e parte anterior do dorso negros. Difere do avestruz por não apresentarem cauda e pigóstilo. Também não possuem glândula uropigiana. Ao contrário das demais aves, há separação das fezes e da urina na cloaca; os machos adultos possuem um grande pênis.
Possuem pernas fortes e pés providos de três dedos.
Ecologia e comportamento
Alimentação
A ema é onívora se alimentam de frutas, sementes, folhas de grandes árvores, lagartos, moscas perto de carne em decomposição, cobras, moluscos, peixes entre outros.
Vocalização
Durante o período de reprodução, o macho emite um urro forte, ventríloquo e bissilábico, lembrando um bramido de um grande mamífero, como o boi: "bu-úp" ou "nan-dú". Vocaliza até mesmo durante a noite.
Os filhotes emitem assobios melodiosos que lembram o canto do inhambu-relógio
Reprodução
O período reprodutivo inicia em outubro. O macho reúne um harém de três a seis fêmeas; estas, por sua vez, também mantêm relações com outros machos, havendo, portanto,poliginia e poliandria na espécie.
O macho constrói o ninho em uma depressão no solo, forrando-o com capim. Cada fêmea é capaz de pôr de 10 até 30 ovos. A incubação começa entre cinco e oito dias após as fêmeas terem iniciado a postura e pode durar de 27 a 41 dias. Os ovos eclodem todos no mesmo dia, são brancos, geralmente elípticos, e pesam, em média, 600 gramas. Os que não eclodem são colocados para fora do ninho ou devorados. O macho, responsável por chocá-los, altera frequentemente a posição do ovo, girando uma volta completa (360º) a cada 24 horas. Os filhotes ficam a cuidado do pai e atingem a maturidade sexual em dois anos.
Galeria

 
Adulto

 
Imaturo

 
Juvenil

 
Grupo de filhotes


AVESTRUZ





O avestruz (Struthio camelus) é uma ave não voadora, originária da África. É a única espécie viva da família Struthionidae, dogénero Struthio e da ordem das Struthioniformes. São considerados a maior espécie viva de ave.
Taxonomia
O termo avestruz vem do latim avis struthio: avis significa ave e struthio (ou strouthiōn) é uma palavra que os gregos antigos usavam para se referir tanto a pardais como aos próprios avestruzes. O animal foi descrito cientificamente pela primeira vez pelo naturalista sueco Carolus Linnaeus em sua obra Systema Naturae, no século XVIII. Ele batizou a espécie com o nome Struthio camelus, aceito até hoje. O epíteto específico camelus, que quer dizer "camelo", uma referência ao habitat seco da ave.
Descrição
Avestruzes normalmente pesam de 90 a 130 kg, embora alguns avestruzes machos tenham sido registrados com pesos de até 155 kg. Na maturidade sexual (entre 2 e 4 anos de idade), avestruzes machos podem possuir de 1,8 m a 2,7 m de altura, enquanto as fêmeas alcançam de 1,7 m a 2 m. Durante o primeiro ano de vida crescem cerca de 25 cm por mês. Em um ano um avestruz pesa cerca de 45 kg.
Possui dimorfismo sexual: nos adultos, o macho tem plumagem preta e as pontas das asas são brancas, enquanto que a fêmea é cinza. O dimorfismo só se apresenta com um ano e meio de idade.
As pequenas asas vestigiais são usadas por machos como exibição para fins de acasalamento.
As penas são macias e servem como isolante térmico e são bastante diferentes das penas rígidas de pássaros voadores. Possui duas garras em dois dos dedos das asas, sendo a única ave que possui apenas 2 dedos em cada pata. As pernas fortes do avestruz não possuem penas. Suas patas têm dois dedos, sendo que apenas um tem unha enquanto o maior lembra um casco. Seu aparelho digestivo é semelhante ao dos ruminantes e seus olhos, com suas grossas sobrancelhas negras, são os maiores olhos das aves terrestres.
Possui as seguintes características:
Altura média: 2 a 2,5 m.
Peso: de 100 a 150 kg.
Velocidade: até 80 km/h.
Expectativa de vida: 50 a 70 anos, sendo 20 a 30 anos de vida reprodutiva.
São aves polígonas e não migratórias. Adapta-se com facilidade e vive em áreas montanhosas, savanas ou planícies arenosas desérticas. Seus hábitos

Head
alimentares são onívoros, o avestruz come ervas, folhagem de árvores, arbustos e todo pequeno vertebrado e invertebrado que consiga capturar.
Embora não voe, por ter asas atrofiadas, as longas, fortes e ágeis pernas, permitem que ele atinja até a velocidade de 80 km/h com vento favorável (média de 65 km/h), pois em uma só passada cobre 4 a 5 metros. Além da velocidade máxima, tem também uma resistência impressionante, podendo viajar a 70 km/h durante 30 minutos. Tem o pescoço longo, a cabeça pequena, e tem dois dedos muito grandes (em cada pata) que se assemelham a cascos.
Classificação e distribuição 

A distribuição de avestruzes na África
Avestruzes ocorrem naturalmente nas savanas e no Sahel da África, tanto ao norte como ao sul da zona de florestas equatorial. A espécie pertence à ordem dos Struthioniformes (Ratitas). Outros membros deste grupo são a ema, o emu, o casuar e o maior pássaro de todos os tempos, o extinto Aepyornis. Cinco subespécies são conhecidas:
S.c. australis na África Austral
S.c. camelus no Norte de África, também chamado avestruz-do-norte-da-áfrica ou avestruz-do-pescoço-vermelho.
S.c. massaicus na África Oriental, algumas vezes chamado de avestruz-masai. Durante a estação de acasalamento, o pescoço e as coxas do macho ficam laranja-rosado. Ocupa uma faixa entre Etiópia e Quênia no leste até o Senegal no oeste, e da Mauritânia oriental no norte até o sul do Marrocos no sul.
S.c. molybdophanes na Somália, Etiópia e norte do Quênia, algumas vezes chamado o avestruz-somali. Durante a estação do acasalamento, o pescoço e as coxas do macho ficam azuis. sSua faixa se sobrepõe com S.c. massaicus no nordeste do Quênia. Algumas autoridades consideram o Avestruz Somali uma outra espécie.
S.c. syriacus no Oriente Médio, também chamado de avestruz-árabe ou avestruz-do-oriente-médio, era uma subespécie antes muito comum na Península Arábica, Síria e Iraque. Foi extinta por volta de 1940.
O avestruz é um animal bastante rústico, muito resistente a doenças e com ótima capacidade de adaptação. É criado com sucesso no Brasil, Canadá, Estados Unidos, Europa e Israel, suportando bem tanto altas quanto baixas temperaturas.
Comportamento

Cabeça de uma avestruz
Avestruzes vivem em grupos nômades de 5 a 50 aves que frequentemente viajam juntos com animais ruminantes, tais como zebras e antílopes, no entanto, a avestruz é um monogástrico. Percorrem longas distâncias à procura de sementes e outros produtos vegetais (que consequentemente faz com que sejam seminômades); ocasionalmente eles também comem animais como gafanhotos. Como não possuem dentes, eles engolem pedrinhas que ajudam a esmagar os alimentos engolidos no papo. Eles podem ficar sem água por muito tempo, vivendo exclusivamente da umidade das plantas consumidas. Entretanto, eles gostam de água e tomam banhos frequentemente.
Com visão e audição aguçadas, eles podem detectar predadores tais como leões de uma grande distância.
Na mitologia popular, o avestruz é famoso por esconder sua cabeça na areia ao primeiro sinal de perigo. O escritor romano Plínio o Velho é notado por suas descrições do avestruz em sua Naturalis Historia, onde ele descreve o suposto hábito dos avestruzes de esconder a cabeça em arbustos. Nunca houve observações registradas deste comportamento e um contra-argumento comum a isto é que uma espécie que exibisse tal comportamento não sobreviveria por muito tempo. O mito pode ter surgido do fato de que, de uma certa distância, quando avestruzes se alimentam eles parecem estar enterrando sua cabeça na areia pois eles deliberadamente engolem areia/pedras para ajudar a esmagar sua comida. Quando deitados ou se escondendo de predadores, eles são conhecidos por deitar sua cabeça e pescoço rente ao chão. Quando ameaçados, avestruzes fogem, mas podem também ferir seriamente seus inimigos através de coices por meio de suas poderosas pernas.
Reprodução

Um ovo de avestruz

Um ninho de avestruz
Avestruzes se tornam sexualmente maduros entre 2 e 4 anos de idade; fêmeas amadurecem cerca de seis meses antes dos machos. A espécie é iterópara, com a estação de acasalamento começando em Março ou Abril e terminando um pouco antes de Setembro. O processo de acasalamento difere nas diferentes regiões geográficas. Os Machos tipicamente usarão assobios e outros sons para lutar por um harém de 2 a 5 fêmeas. O vencedor destas lutas cruzará com todas as fêmeas em uma área mas só formará uma ligação com uma, a fêmea dominante. A fêmea se abaixa no chão e é montada por trás pelo macho.
Avestruzes são ovíparos. As fêmeas porão seus ovos fertilizados em um único ninho comunitário, um buraco escavado no chão e com trinta a 60 cm de profundidade. Ovos de avestruz podem pesar 1.4 kg e são os maiores ovos de uma espécie viva (e as maiores células únicas), embora eles sejam na verdade os menores em relação ao tamanho da ave. O ninho pode conter de 15 a 60 ovos, com um ovo médio tendo 15 cm de comprimento, 12 cm de largura, e peso de 1.4 kg. Eles são brilhantes de esbranquecidos. Os ovos são chocados pelas fêmeas de dia e pelo macho à noite, aproveitando as cores diferentes dos dois sexos para melhor camuflagem. O período de gestação é de 35 a 45 dias. Após a eclosão o macho cria sozinho os filhotes.
A expectativa de vida é de 50 anos em média, podendo variar de 30 a 70 anos.
Relação com humanos

Avestruzes macho e fêmea na Nova Zelândia

No passado, avestruzes foram muito caçados por suas penas, que costumavam ser muito populares como ornamentos em chapéus de mulheres e em outros acessórios. Suas peles eram também valorizadas para fazer couros finos. No Século 18, eles foram caçados quase à extinção. A criação para o comércio de penas começou no Século 19. O mercado de penas colapsou depois da Primeira Guerra Mundial, mas a criação comercial para penas, e mais tarde por peles, decolou durante os anos 70. Avestruzes na Arábia e Sudeste da Ásia foram caçados até a extinção em meados do Século 20. Hoje, avestruzes são criados por todo o mundo, incluindo climas tão frios como o da Suécia. Considerando que eles podem se desenvolver em climas entre 30 °C e -10 °C não é surpresa que existam fazendas em mais de 50 países ao redor do mundo, mas a maioria é ainda encontrada na África Austral. Desde que eles também tem o melhor ganho de peso por alimento de qualquer animal terrestre (3.5:1 enquanto o boi é de 6:1), eles se tornam bastante atrativos para pecuaristas. Embora eles sejam criado primeiro pelo couro e depois pela carne, outros produtos úteis são os ovos e as plumas. É afirmado que avestruzes produzem o couro mais forte comercialmente disponível¹. A carne de avestruz tem um gosto similar ao do bife magro e se compara favoravelmente, tendo pouca gordura e colesterol. A criação de avestruzes é chamada de Estrutiocultura.
Avestruzes são grandes o bastante para que uma pessoa pequena possa cavalgá-lo; normalmente a pessoa segurará nas asas enquanto cavalga. Eles foram treinados em algumas áreas do norte da África e na Arábia como montarias de corrida. Corridas de avestruz nos Estados Unidos foram criticadas por organizações dos direitos animais, entretanto há pouca possibilidade de isto se tornar uma prática comum devido ao fato de que os animais são difíceis de montar.
Avestruzes são classificados como animais perigosos na Austrália, nos EUA e no Reino Unido. Existem vários incidentes registrados de pessoas tendo sido atacadas e mortas. Machos grandes podem ser muito territoriais e agressivos e podem atacar e escoicear com muita força usando suas pernas. Um avestruz pode facilmente alcançar qualquer atleta na corrida.
Produtividade

Fazenda de avestruz em Avaré
São muito resistentes contra as doenças, e têm uma ótima capacidade de adaptação (criados com sucesso no Canadá, Estados Unidos, Europa e Israel), suportando altas e baixas temperaturas. Alimenta-se de ração (1,5 kg/dia) e pasto verde (2 a 5 kg/dia).
Vida longa (média de 50 anos de vida), contando de 20 a 30 anos de vida reprodutiva. O início da vida reprodutiva é com dois a 3 anos; no Brasil há avestruzes em zoológicos que iniciaram a postura com dezoito meses.
O mercado
Os quatro principais produtos para comércio são:
1. Carne: um avestruz produz entre 30 a 45 quilogramas de carne, que ao contrário de outras aves é vermelha. O avestruz alcança o peso de abate por volta de 12 meses.
2. Couro: utilizado na confecção de bolsas, carteiras, roupas, etc.
3. Plumas: Uma ave adulta produz 2 kg de plumas por ano. As plumas do avestruz ainda representam objeto de comércio, e é um dos motivos pelos quais o homem caça essa ave. Tem dimorfismo sexual marcado: nos adultos, o macho é preto com as pontas das asas brancas e a fêmea é cinza, porém tal diferença só aparece a partir de 1 ano e meio de idade. As fêmeas são em geral presa fácil e suas plumas podem ser arrancadas sem feri-las.[carece de fontes]
4. Ovos: O ovo de avestruz pesa entre 1,2 kg e 1,8 kg. Ovos não fecundados são utilizados para o artesanato. Cada fêmea põe de 40 a 100 ovos por ano, e os ovos são incubados por 42 dias.








GORILA







Os gorilas são mamíferos primatas pertencentes ao género Gorilla, endémicos das florestas tropicais do centro da África. O fato de compartilharem 98%-99% do DNA com os seres humanos faz dos gorilas um dos parentes vivos mais próximos, logo depois dosbonobos e chimpanzés . O gorila é o maior dos primatas atualmente existentes.
Os gorilas vivem em florestas tropicais. Apesar da sua área de distribuição abranger apenas uma pequena percentagem de África, os gorilas distribuem-se por numa grande variedade de altitudes. Os gorilas-de-montanha (Gorilla beringei beringei) habitam as florestas montanhosas do Albertine Rift, existindo entre os 2.225 até aos 4.267 m. Os gorilas-do-ocidente moram em florestas densas epântanos das terras baixas e marisma até ao nível do mar.
Etimologia
O médico e missionário estadunidense Thomas S. Savage descreveu o gorila-do-ocidente pela primeira vez (na altura como o nome Troglodytes gorilla) em 1847 a partir de espécimes obtidos em Libéria.
O nome deriva da palavra grega tranliterada Gorillai (uma "tribo de mulheres peludas") descrita por Hannon, o Navegador, um navegador cartaginês e possível visitante (cerca de 480 a.C.) à área da atual Serra Leoa . Na sua viagem, Hannon encontra o que considera serem pessoas selvagens e peludas numa ilha da costa ocidental africana. Três fêmeas foram capturadas e as suas peles levadas para Cartagena.
Fisiologia
O dimorfismo sexual do crânio

Um gorila adulto mede entre 1,4 e 2 metros de altura quando de pé, o macho pesa entre 140 e 230 kg, embora possam atingir os 300 kg quando em cativeiro, e a fêmea que é bem menor pesa entre 70 e 110 kg. O gorila é o maior primata vivo que existe. Estima-se que seja capaz de levantar até duas toneladas com os dois membros superiores.
Os gorilas, geralmente, se locomovem em quatro patas. As suas extremidades anteriores são mais longas que as posteriores, e são utilizadas também como apoio ao caminhar e para escalar.
A gestação dura oito meses e meio e normalmente a próxima gestação só ocorre três ou quatro anos depois o nascimento, tempo este que os filhotes convivem com a mãe. A maturidade sexual é atingida entre 10 e 12 anos pelas fêmeas e entre 11 e 13 anos pelos machos, podendo ser modificados estes anos com a vivência nos cativeiros. E a esperança de vida oscila entre os trinta e cinquenta anos, o record nesta categoria está com um gorila dum zoológico da Filadélfia que morreu aos 54 anos.
Sua dieta alimentar é, em grande parte, herbívora, uma vez que alimentam-se de frutas, folhas, brotos, mas também os insectos compõem menos de 2% do seu cardápio.
Todos os gorilas compartilham o mesmo tipo sanguíneo, o tipo B, e assim como os humanos, cada indivíduo possui uma impressão digital única.

Estado de conservação 
Ambas espécies de gorila estão em perigo de extinção, e têm sido sujeitas a intensa caça furtiva. Ameaças à sobrevivência dos gorilas incluem destruição de habitat e ao mercado de carne de caça. Em 2004, uma população de algumas centenas de gorilas no Odzala National Park, na República do Congo foi essencialmente devastada pelo vírus ébola. Um estudo de 2006 publicado na revista Science concluiu que mais de 5000 gorilas podem ter morrido devido a surtos recentes do Ébola na África central. Os investigadores indicaram que isto em conjunção com a caça comercial cria uma "receita para uma extinção ecológica rápida." Esforços de conservação incluem o Great Apes Survival Project, uma parceria entre a Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente e a UNESCO; e ainda um tratado internacional, chamado Gorilla agreement em inglês, concluído sob o auspício da Convenção sobre Espécies Migratórias O Gorila Agreement é o primeiro instrumento legal apontado exclusivamente à conservação do gorila e entrou em funcionamento em 1 de Junho de 2008.
Comparação entre os esqueletos de um ser humano e um gorila.

Em Agosto de 2008, um estudo da Wildlife Conservation Society, anunciou a existência de uma população previamente desconhecida nas florestas do Congo, o que duplicou o número de gorilas conhecidos na natureza para cerca de 125.000.
Evolução e classificação
Gorila-do-ocidente.

Do mesmo modo que a ciência, os estudos taxonômicos acerca dos gorilas não estão estabelecidos definitivamente. Isso pode ser percebido com o fato de até recentemente ser considerada a existência de três espécies de gorila: o gorila-do-ocidente das terras baixas, o gorila-do-oriente das terras baixas e o gorila-das-montanhas. Actualmente há consenso que há duas espécies com duas subespéciescada. Entretanto, correntes mais recentes afirmam a existência de mais uma subespécie, a qual pertenceria a Gorilla beringei, localizada na população de gorilas das montanhas de Bwindi, que é, por vezes, chamado de gorila-de-indi.
Os taxonomistas e primatologistas, além doutros cientistas da área, continuam estudando as relações entre as espécies de gorilas, e de acordo com o consenso atual e sua publicação mais recente (Primate Taxonomy, Colin Groves 2001 ISBN 1-56098-872-X) lista duas espécies reconhecidas, cada qual com duas subespécies:
Género Gorilla
Gorila-do-ocidente (Gorilla gorilla)
Gorilla gorilla gorilla
Gorilla gorilla diehli
Gorila-do-oriente (Gorilla beringei)
Gorila-das-montanhas (Gorilla beringei beringei)
Gorilla beringei graueri
Os parentes mais próximos dos gorilas são chimpanzés e humanos, que se separaram dos gorilas à cerca de 7 milhões de anos. Genes humanos diferem na sua sequência em apenas 1,6% em média dos genes de gorila correspondentes, mas há diferenças adicionais no número de cópias que cada gene tem.

Inteligência


Uma gorila fêmea mostrando o uso de ferramentas. Ela usa um tronco de uma árvore como suporte enquanto pesca.
Os gorilas são aparentados aos humanos e são considerados altamente inteligentes. Alguns indivíduos em cativeiro, tais como a Koko, aprenderam alguns sinais da linguagem gestual.
Em pesquisa publicada na Biology Letters, foi descrito um comportamento entre gorilas filmados em um zoológico semelhante ao de crianças brincando de pega-pega.
Uso de ferramentas
As seguintes observações foram feitas por uma equipa liderada por Thomas Breuer da Wildlife Conservation Society em Setembro de 2005. Os gorilas são conhecidos por usarem ferramentas na natureza. Uma gorila fêmea do Nouabalé-Ndoki National Park na República do Congo foi gravada a usar um pau para determinar a profundidade da água enquanto atravessava um pântano. Uma segunda fêmea foi vista a usar um toco de árvore como uma ponte e também para a suportar enquanto pescava no pântano. Isto quer dizer que todos os hominídeos são agora conhecidos por usar ferramentas.
Em Setembro de 2006, um gorila com dois anos e meio da República do Congo foi descoberto por usar pedras para abrir frutos de palmeira dentro de um santuário de caça. Enquanto que esta foi a primeira observação do género para um gorila, há quarenta anos atrás os chimpanzés já tinham sido observados a usar ferramentas na natureza, a 'pescar' térmitas. Os hominídeos não-humanos são dotados de um "agarrar" semi-preciso, e são capazes certamente de usar quer ferramentas simples como até armas, improvisando um taco a partir de um ramo caído.
Distribuição geográfica
Distribuição das populações de gorilas.
Os gorilas vivem na zona equatorial da África, e as duas espécies estão separadas por 750 km de distância.
O gorila-ocidental vive numa área de cerca de 710.000 km² que compreende partes da Nigéria, Camarões, República Centro-Africana, Guiné Equatorial, Gabão, República do Congo, Angola e a extremidade ocidental da República Democrática do Congo. Enquanto que o gorila-oriental habita uma zona restrita com cerca de 112.000 km² que compreende a extremidade oriental da República Democrática do Congo, da Uganda e Ruanda.
Referências culturais 
Os gorilas são e foram bastante representados e lembrados em produções artísticas, entre elas as mais conhecidas são os filmes de King Kong, além de exemplos comoPlaneta dos macacos, Scorporilla (uma mistura de Escorpião e Gorila que aparece nos jogos Crash of the Titans e Crash Bandicoot: Mind Over Mutant) e Donkey Kong.
Curiosidades 
Baseado na transliteração da palavra grega, as denominações para os membros dessa espécia não mudaram muito, são bastantes parecidas. Basta comparar e perceber:Gorilla (em alemão), gorila (em espanhol), gorilo (em esperanto), gorille (em francês), gorila (em galego), gorilla (em inglês), gorilla (em italiano), gorilla (em neerlandês),goryl (em polonês), gorila (em português), entre outros.







29/12/2015

URSO







Os Ursídeos (latim científico: Ursidae) constituem uma família mamíferos plantígrados, da ordem dos carnívoros, geralmente de grande porte, compreendendo os ursos e o panda. Embora classificado como urso, e logo após, como procionídeo, junto com o panda-vermelho, o panda-gigante foi recolocado dentro da família dos ursídeos devido às novas pesquisas genéticas. Algumas características comuns dos ursos são pelagem espessa, rabo curto, o olfato desenvolvido e as garras não retráteis. Os ursídeos são geralmente animais omnívoros.
As espécies mais antigas e primitivas desta família estão reunidas no gênero Ballusia, do Mioceno Inferior, que ainda retêm características similares aos Hemicyonidae. Do Ballusia descende o gênero Ursavus, fonte dos ursíneos, e talvez o Agriarctos, ancestral dos agrioteríneos.
Os ursos existem em todos os continentes, em exceção na África, embora algumas fontes afirmem terem avistado o Urso nandi, sem no entanto comprovarem a sua existência.
Taxonomia[editar | editar código-fonte]
Família Ursidae G. Fischer von Waldheim, 1817


Gênero †Ballusia Ginsburg & Morales, 1998 (=Ursavus)
†Ballusia elmensis (Stehlin, 1917) - Mioceno Inferior (MN 3), Beaulieu, França; Wintershof-West
†Ballusia hareni (Ginsburg, 1989)
Subfamília Agriotheriinae

Gênero †Agriarctos Kretzoi, 1942 - Mioceno Médio
† Agriarctos gaali
Gênero †Agriotherium Wagner, 1837
†Agriotherium insigne (Gervais, 1859) - Plioceno Inferior, Alcoy, Espanha; Montpellier, França
† Agriotherium palaeindicum (Lydekker, 1884)
†Agriotherium sivalensis Falconer & Cautley, 1836
†Agriotherium africanum Hendey, 1972
†Agriotherium roblesi Morales & Aguirre, 1976 - Mioceno Superior (MN 13), Venta del Moro, Espanha
†Agriotherium intermedium Stach,1957 - Plioceno Inferior, Weze e Xiaoxian, China
†Agriotherium inexpetans Qiu et al., 1991 - MIoceno Superior, Jiegou, Gansu, China
†Agriotherium schneideri Sellards, 1916 - América do Norte
†Agriotherium gregoryi - Hemphiliano, EUA
Gênero †Indarctos Pilgrim, 1913
†Indarctos salmontanus Pilgrim, 1913 (provavelmente inclui I. atticus)
†Indarctos arctoides Deperet, 1895 - Valesiano, Europa Central e Ocidental
† I. a. vireti Villalta e Crusafont, 1943
†I. a. arctoides Deperet, 1895 - Montredon
†Indarctos atticus Weithofer, 1888 - Turoliano, Europa e Ásia
†I. a. atticus Weithofer, 1888
†I. a. lagrelii Zdansky, 1924 (=sinensis ?)
†I. a. punjabiensis (=Hyaenarctos punjabiensis)
†I. a. anthracitis Weithofer, 1888 - Mioceno Superior, Turoliano, Monte Bamboli, Itália
†I. a. bakalovi Kovachev, 1988
†Indarctos oregonensis Merriam, 1925 - América do Norte
Gênero †Ailurarctos
†Ailurarctos lufengensis - Mioceno Superior
†Ailurarctos yuanmouensis - Mioceno Superior
Gênero Ailuropoda Milne-Edwards, 1870
†Ailuropoda microta Pei, 1962
†A. m. microta Peu, 1962 - Plioceno Superior
†A. m. wulingshanensis (Wang et al., 1982) - Plistoceno Inferior
†A. m. baconi (Woodward, 1915) - Plistoceno
Ailuropoda melanoleuca (David, 1869) - Panda-gigante
Subfamília Ursinae
Tribo Ursini
Gênero †Ursavus Schlosser, 1899
†Ursavus ehrenbergi Stehlin - Mioceno Superior, Turoliano
†Ursavus intermedius
†Ursavus pawniensis Frick, 1926 - Barstoviano, EUA
†Ursavus primaevus (Gaillard, 1899) - Mioceno, MN7 a MN8, La Grive, França
†Ursavus brevirhinus (Hofmann, 1887) - Mioceno Superior, MN 9, Can Llobateres, Espanha
†Ursavus depereti (=Agriarctos depereti?)
†Ursavus sylvestris Qui & Qi, 1990 - Mioceno Superior, Lufeng, China
†Ursavus isorei Ginsburg & Morales, 1998 - MN3a
Gênero Helarctos
Helarctos malayanus - Urso-malaio
Gênero Melursus
Melursus ursinus - Urso-beiçudo
Gênero Ursus
Tribo Tremarctini
Gênero †Plionarctos Frick, 1926
†Plionarctos edensis Frick, 1926
†Plionarctos harroldorum Tedford & Martin, 2001 - Blancano, White Bluffs, EUA
Gênero Tremarctos Gervais, 1855
†Tremarctos floridanus (Gidley, 1928)
Tremarctos ornatus (Cuvier, 1825) - Urso-de-óculos
Gênero †Arctodus (=Arctoidotherium, Dinarctotherium, Proarctotherium, Pseudarctotherium, Tremarctotherium) †
†Arctodus pristinus Leidy, 1854
†Arctodus simus (Cope, 1879) (=Arctotherium simum) - Urso-de-cara-achatada
†Arctodus angustidens (Kraglievich, 1926)
†Arctodus (Arctotherium) bonaeriense
†Arctodus (Arctotherium) latidens
†Arctodus (Arctotherium) tarijense
†Arctodus (Arctotherium) vetustus
†Arctodus (Arctotherium) 'rctodus (Pararctotherium) enectum (Paula Couto, 1960)
†Arctodus (Pararctotherium) brasiliensis (Lund, 1838)
†Arctodus (Pararctotherium) pamparum Ameghino, 1904
†Arctodus (Rodrigo) monkey Ameghino, 1904
Heráldica
O urso é uma carga comum em heráldica. Numerosas cidades por todo o mundo adaptaram o urso no seu brasão de armas. A destacar a capital da Suíça, Berna, cujo nome deriva do alemão para urso Bär. O nome da capital alemã Berlim-Bärlein (que significa urso pequeno-também deriva da palavra urso na língua alemã

Brasão de armas de Berlim, Alemanha



Brasão de armas armas de Portein, Suíça


Brasão de armas do Oblast de Iaroslavl, Rússia



Brasão de armas do Krai de Perm, Rússia


Brasão de armas da Iamália, Rússia (urso-polar)


Brasão de armas da Groelândia (urso-polar)


Brasão de armas de Bento XVI


Brasão de armas de  Madrid, a capital de Espanha

TIGRE








O tigre (Panthera tigris) é um mamífero carnívoro da família dos felídeos, que habita o continente asiático. Dentre suas subespécies há o maior entre todos os felinos selvagens do mundo. São animais extremamente territoriais e solitários. Os tigres são predadores de topo.
É o felino com maior variação de tamanho do mundo entre subespécies, com o tigre-siberiano alcançando até 310 kg enquanto o tigre-de-bali alcançava no máximo 100 kg; tamanho comparável a suçuaranas e leopardos. Algumas estimativas sugerem que existem menos de 2500 indivíduos reprodutores maduros, com nenhuma subpopulação com mais de 250 indivíduos reprodutores maduros. A população era estimada em 100.000 indivíduos no início do século XX. Em tempos atuais, entretanto, apenas cerca de 4.000 indivíduos sobrevivem, uma queda de 97%.
Tigres já foram encontrados da Turquia a Sibéria e da ilha de Java a Índia. Hoje em dia estão restritos principalmente a algumas regiões do Sudeste Asiático, Sibéria e Índia. Três das subespécies estão extintas: o tigre-do-cáspio (encontrado em certas regiões da União Soviética, Turquia, Oriente Médio, Afeganistão e Mongólia), tigre-de-java (encontrado em Java) e tigre-de-bali que era encontrado apenas em Bali.
É um dos animais mais carismáticos do mundo, sendo símbolo da conservação da natureza e um dos animais mais populares. É o animal símbolo de diversos países da Ásia e mascote de diversas empresas em todo o mundo.
Etimologia
"Tigre" vem do iraniano, através do grego tígris e do latim tigre. Significa literalmente "flecha", por ser "certeiro, rápido, silencioso e mortal como uma flecha".
Taxonomia e evolução
Em 1758, Linnaeus primeiro descreveu a espécie em sua obra Systema Naturae, sob o nome científico Felis tigris. Em 1929, o taxonomista britânico Reginald Innes Pocock subordinou as espécies no gênero Panthera, usando o nome científico Panthera tigris.
A palavra Panthera é provavelmente de origem oriental e rastreável até à palavra pantera em grego, a palavra panthera em latim, a palavra pantere do francês antigo, o mais provável que signifique "o animal amarelado", ou de pandarah significando branco-amarelado. A derivação do grego pan-("todos") e ther ("besta") pode ser etimologia popular.
Evolução
Restauração de Panthera zdanskyi.

Parentes vivos mais próximos do tigre são o leão, leopardo e a onça-pintada, todos os quais são classificados sob o gênero Panthera. O mais velho parente extinto do tigre, chamado Panthera zdanskyi , foi encontrado na província de Gansu, noroeste da China. Esta espécie é considerada como um táxon irmão do tigre atual e viveu cerca de 2 milhões de anos atrás, no início do Pleistoceno. Era menor do que o tigre moderno, sendo do tamanho de um jaguar, e, provavelmente, não têm o mesmo padrão de pelagem. Apesar de ser considerado mais "primitivo", era funcionalmente e possivelmente ecologicamente semelhante ao seu primo moderno. Como Panthera zdanskyi viveu no noroeste da China, que pode ter sido onde a linhagem de tigres originou. Tigres cresceram em tamanho, possivelmente em resposta a radiações adaptativas de espécies de presas, como veados e bovídeos que possam ter ocorrido no Sudeste Asiático durante o início do Pleistoceno.
Os primeiros fósseis de verdadeiros tigres são de Java, e têm entre 1,6 e 1,8 milhões de anos. Fósseis distintos são conhecidos dos depósitos do início e meio do Pleistoceno na China e Sumatra. A subespécie chamada tigre-de-trinil (Panthera tigris trinilensis) viveu cerca de 1,2 milhões de anos e é conhecido a partir de fósseis encontrados em Trinil, Java.
Tigres primeiro chegaram ao subcontinente indiano e depois ao norte da Ásia no final do Pleistoceno, atingindo o leste de Beríngia (mas não ocontinente americano), Japão e Sakhalin. Fósseis encontrados no Japão indicam que os tigres locais eram, como as subespécies insulares sobreviventes, menores do que as formas do continente, um exemplo de nanismo insular. Até ao Holoceno, os tigres também viviam emBornéu, assim como na ilha de Palawan, nas Filipinas.
Sequência completa do genoma do tigre foi publicada em 2013. Ele e outros genomas de felinos foram descobertos a ter semelhante composição de repetição e uma sintenia sensivelmente conservada.
Híbridos

Os ligres crescem anormalmente e costumam desenvolver doenças.

Leões têm sido conhecidos por reproduzir com tigres (na maioria das vezes as subespécies de Amur e de Bengala) para criar híbridos chamados ligres e tigreões. Esses híbridos eram comumente criados em zoológicos, mas isso agora é desencorajado devido à ênfase na conservação e ao fato de esses animais desenvolverem doenças e viverem por pouco tempo. Híbridos ainda são criados em zoológicos privados e em jardins zoológicos na China.
O ligre é um cruzamento entre um leão macho e uma tigresa. O pai leão transmite um gene promotor de crescimento, mas o gene inibidor de crescimento correspondente na fêmea está ausente, por isso ligres crescem muito mais do que qualquer um dos pais. Eles compartilham qualidades físicas e comportamentais de ambas as espécies de origem (manchas e listras sobre um "fundo de areia"). Ligres machos sãoestéreis, mas ligres fêmeas são muitas vezes férteis. Os machos têm cerca de 50% de chance de ter uma juba, mas, mesmo se eles a tiverem, suas jubas terão apenas cerca de metade do tamanho da de um leão puro. São tipicamente entre 3 e 3,3 metros de comprimento (incluindo a cauda) e pode pesar entre 364 e 418 quilos. O maior Ligre do mundo é um macho chamado Hercules, ele está no Guinnes book, possuí 3,33 metros de comprimento total, com 1,25 m na altura da cernelha e pesa 418,2 kg.
O tigreão (Tigon), menos comum, é um cruzamento entre uma leoa e um tigre macho. Como o tigre macho não transmite um gene promovedor do crescimento e a leoa transmite um gene inibidor do crescimento, tigreões são relativamente pequenos, apenas pesando até 150 kg, que é cerca de 10-20% menor do que os leões. Como ligres, eles têm características físicas e comportamentais de ambas as espécies parentais, e os machos são estéreis. As fêmeas são férteis e, por vezes, têm ocasionalmente dado à luzlitigreões (Li-tigons) quando acasaladas com um leão; e titigreões (ti-tigons).
Subespécies
Há nove subespécies distintas de tigre, três das quais estão extintas. Ocupavam historicamente uma extensa área que englobava a Rússia Asiática, Sibéria, Irã, Cáucaso,Afeganistão, antiga Ásia Central Soviética, Subcontinente indiano, China, todo o sudeste da Ásia e Insulíndia (ilhas de Sumatra, Java e Bali). Hoje em dia, se encontram extintos em muitos países da Ásia. Estas são as subespécies:
Tigre-siberiano
(Panthera tigris altaica)
Encontram-se em vales com encostas rochosas do rio Amur. Está agora confinado a uma pequena área no leste da Rússia, onde é protegido. Antigamente habitava a Coreia,Manchúria (região nordeste da China), sudeste da Sibéria e leste da Mongólia. Desde 1922, quando um indivíduo foi visto e caçado pela última vez, não são mais vistos naCoreia do Sul. Em liberdade, existem entre 480 e 540 indivíduos, segundo o censo de 2015. Algumas populações não são geneticamente viáveis, por estarem sujeitas a cruzamentos consanguíneos. Diferentemente das outras subespécies de tigre, vive em uma área de clima frio formada por florestas boreais (de carvalhos e coníferas).

O tigre-siberiano é a única subespécie atual que vive em um clima frio.
É a maior das subespécies de tigre e o maior felino existente atualmente. O tamanho é variável com a subespécie, pesando, na maior parte das vezes, entre 180 e 306 quilogramas em machos e as fêmeas entre 100 e 167. O comprimento do corpo fica de 2,4 a 3,3 metros. As informações sobre o tamanho máximo são confusas e não há um veredito sobre o maior na natureza. De acordo com a edição do Guinness Book of world records, de 1988, um tigre siberiano macho de cativeiro, chamado Jaipur, chegou a pesar, aos 7 anos e meio de idade, 423 kg e possuía 3,32 metros de comprimento, sendo o felino mais pesado do mundo. Há um relato de um tigre siberiano macho que foi baleado em Sikhote Allin no ano de 1950, que pesava 384 kg. Jaipur chegou a pesar 465 kg, antes de sua morte em 1999. A sua dieta é formada principalmente de suínos selvagens, veados, alces. Caçam, ainda, outros mamíferos, como ursos-pardos e ursos-negros-asiáticos.
Tigre-do-sul-da-china
Tigre-do-sul-da-china do projeto Save China's Tigers.
(Panthera tigris amoyensis) - É a mais criticamente ameaçada das subespécies, caminhando rapidamente à extinção. Até o começo dos anos 1950, havia, aproximadamente, 4 000 tigres na República Popular da China. Mas em 1959, Mao Tse Tung, na época do "Grande Salto Adiante", declarou os tigres uma praga. Seguiu-se, então, uma brutal perseguição aos tigres, reduzindo-os a 400 indivíduos em 1976 e entre 150–200 indivíduos na natureza em 1982. Em 1987, haviam entre 30–40 restantes. Em uma pesquisa de 2001 não foi encontrado nenhuma evidência da presença de tigres, mas ainda podem existir alguns na natureza, já que há relatos de rastros e avistamentos. Havia apenas 72 exemplares em cativeiro em 2007, a maior parte na República Popular da China, mas que descendem de somente seis exemplares distribuídos em zoos em 1976. A diversidade genética necessária para manter a espécie já não existe, indicando que uma possível extinção pode estar próxima.
Tigre-da-indochina

Tigre-da-indochina no Zoológico de Berlim.
(Panthera tigris corbetti) - Era encontrado no Camboja, Laos, sudoeste da China, Mianmar, Tailândia e Vietnã. Encontra-se extinto na China desde 2007 quando o último foi morto e comido por um caçador ilegal. Habita florestas tropicais e subtropicais úmidas de folhas largas e floresta secas em preferencialmente regiões montanhosas. De acordo com estimativas do governo das populações de tigres, a população é de 352 espécimes: 200 na Tailândia, 85 em Mianmar, 20 no Vietnã, outros 20 no Camboja e 17 no Laos.
Tigre-de-sumatra
O tigre-de-sumatra (P. tigris sumatrae) é a menor subespécie vivente de tigre.
(Panthera tigris sumatrae) - É encontrado somente na ilha de Sumatra. Possui pelagem mais escura, e listras mais finas e abundantes que tendem a desintegrar em pontos perto do fim, além de linhas de pequenos pontos escuros entre listras regulares que podem ser encontradas no dorso, flancos e patas traseiras. Atualmente é a menor das subespécies vivas.
A população selvagem estimada é de quatrocentos a quinhentos animais, presentes predominantemente nos cinco parques nacionais da ilha. Em 1978, era estimada em 1.000 animais que caiu para cerca de 800 em 1985. As maiores ameaças a conservação da subespécie incluem desmatamento para plantações de palmeiras de óleo e plantio de acácia, diminuição das presas e comércio ilegal, principalmente para o mercado interno. Pesquisas genéticas recentes revelaram a presença de um marcador genético único, indicando que pode-se desenvolver uma nova espécie, caso não se torne extinto antes.
Tigre-de-bengala

Tigre-de-bengala na Reserva de Bandhavgarh.
(Panthera tigris tigris) - É encontrado nas florestas e savanas de Bangladesh, Butão, Nepal, Índia, Myanmar. É a segunda maior subespécie de tigre. É o animal nacional da Índia e de Bangladesh. Existem menos de 2500 indivíduos na natureza, a maioria vivendo na Índia e em Bangladesh. O peso é entre 180 e 266 quilogramas para machos, e 100 a 160 para fêmeas. No entanto, o maior tigre-de-bengala encontrado no ambiente selvagem pesava 389 quilogramas e foi morto em 1967, embora esse peso seja um pouco artificial, já que ele havia acabado de comer um búfalo última noite, o que aumentaria o peso em até 45 kg.
Sua dieta consiste em gauros (a maior espécie de bovídeo selvagem do planeta), várias espécies de cervos, javalis, búfalos -d'água-selvagens e em alguns casos, chegam a alimentar-se de crocodilos, de ursos-beiçudos e, em casos extremos, de elefantes e rinocerontes asiáticos.

O tigre-malaio recentemente se tornou uma subéspecie distinta devido a estudos genéticos.
Tigre-malaio

(Panthera tigris jacksoni) - Presente exclusivamente no sul da Península Malaia. Até 2004, não era considerada como uma subespécie de tigre. Até então, era tido como parte da subespécie indochinesa. Tal classificação mudou em função de um estudo do Laboratório de Estudos da Diversidade Genômica, parte do Instituto Nacional do Câncer, dos Estados Unidos. Segundo estimativas, a população de tigres malaios selvagens é de 600 a 800 indivíduos. É um ícone nacional na Malásia, aparecendo no brasão e no logotipo de instituições do país.
Tigre-de-bali 

Tigre-de-bali caçado em 1911.

(Panthera tigris balica) - Sua ocorrência era limitada à ilha de Bali, na Indonésia. Estes tigres foram caçados até a extinção. O último exemplar de tigre balinês deve ter sido morto em Sumbar Kima, no oeste de Bali, em 27 de setembro de 1937 e era uma fêmea adulta. Nenhum tigre balinês era mantido em cativeiro. De todas as subespécies, era a menor de todas com tamanho comparável a suçuaranas e leopardos; os machos tinham entre 90–100 kg e as fêmeas entre 65 e 80 kg. Pesavam menos da metade dos tigres-siberianos.
Tigre-de-java 

Foto de tigre-de-java capturada no Parque Nacional Ujung Kulon, 1938.
(Panthera tigris sondaica) - Era limitado à ilha indonésia de Java. Esta subespécie foi extinta na década de 1970, como resultado de caça e destruição de seu habitat. Mas a extinção desta subespécie tornou-se extremamente provável já na década de 1950, quando havia menos de 25 animais em estado selvagem. O último animal selvagem foi avistado em 1976.
Em uma pesquisa de 1994 não foi encontrado nenhum rastro de tigres. Presume-se que a impressão de uma pata com entre 26–28 cm registrada em 1997 possa ser de um tigre, enquanto um grupo ambientalista da Indonésia, liderados por Bambang Darmadja e Wahyu Giri Prasetyo, acredita que alguns pelos e fezes encontrados em 2004 também são provas de sua existência.
Tigre-do-cáspio ou tigre-persa 
Tigres-do-cáspio eram utilizados no coliseu de Roma. Zoo de Berlim, 1899
(Panthera tigris virgata) - Tornou-se provavelmente extinto na década de 1970, com o último sendo visto em 1961. Era encontrado no Afeganistão, Irã, Iraque, Mongólia, União Soviética e Turquia. De todas as subespécies de tigre era a mais ocidental, sendo a subespécie utilizada no coliseu de Roma. Apresentava pelagem longa na parte inferior do corpo e da cabeça (semelhante a uma barba) durante o inverno.
No começo do século XX, foi alvo de perseguição por parte do governo da Rússia czarista (que acreditava não haver mais espaço para o tigre na região) por conta de um programa de colonização da área.
Foi confirmado recentemente através de um estudo de DNA em 2009 que o tigre-do-cáspio e o tigre siberiano são praticamente a mesma subespécie.
Subespécies inválidas
Além das subespécies citadas acima, existem algumas subespécies que ainda não foram reconhecidas pela taxonomia.
Tigre-coreano (Panthera tigris coreensis) - Habitava a Península da Coreia e o sul da Manchúria, áreas das quais o tigre se encontra extinto desde meados do século XX. Hoje considerado parte do tigre-siberiano.
Tigre-de-xinjiang (Panthera tigris lecoqi) - Estudado e classificado por Schwarz em 1916. Vivia no noroeste da China, mais precisamente na província de Xinjiang. É considerado parte do tigre-do-cáspio atualmente.
Tigre-do-turquestão (Panthera tigris trabata) - Tal como o tigre de Xinjiang foi estudado e classificado por Schwarz em 1916 e é considerado parte do tigre-do-cáspio.Vivia em áreas dos atuais Cazaquistão, Uzbequistão, Quirguistão e Tajiquistão.
Características
Tigres têm corpos musculosos com membros anteriores poderosos, grandes cabeças, caudas longas e garras enormes. A pelagem é densa e pesada; coloração varia entre tons de laranja e marrom com áreas ventrais brancas e listras pretas verticais distintos, cujos padrões são únicos para cada indivíduo. Sua função é provável para camuflagem na vegetação, como grama alta com fortes padrões verticais de luz e sombra. O tigre é uma das poucas espécies de felino listrada; não se sabe por que os pontos são o padrão de camuflagem mais comum entre os felinos. Listras do tigre também são encontrados na pele, de modo que, se fosse para ser raspada, seu padrão de revestimento distintivo ainda seria visível.

Crânio de tigre (à esquerda) e crânio de leão (à direita).

Eles têm um forte crescimento de um tipo de juba ao redor do pescoço e mandíbulas e bigodes longos, especialmente nos machos. Aspupilas são circulares com as íris amarelas. As orelhas pequenas e arredondadas têm uma mancha branca proeminente na parte de trás, cercada por preto. Estas "marcas de olhos", aparentemente, têm um papel importante na comunicação.
O crânio é semelhante ao do leão, embora a região frontal geralmente não é tão achatada, com uma região postorbital ligeiramente mais longa.. O crânio de um leão tem aberturas nasais mais amplas. No entanto, devido à variação em crânios das duas espécies, a estrutura da mandíbula inferior é um indicador mais fiável da espécie. O tigre também tem dentes bastante robustos; os caninos um pouco curvados são os mais longos entre todos os felinos vivos, com comprimento de até 10 centímetros.
O mais velho tigre em cativeiro registrado viveu por 26 anos. Um exemplar selvagem, não tendo predadores naturais, poderia, em teoria, viver até uma idade comparável.
Tamanho

Os tigres-siberianos são os maiores felinos do mundo.
Os tigres são os mais variáveis em tamanho de todos os grandes felinos, muito mais do que os leões. O tigre-de-bengala e o siberiano são os mais altos no ombro e, assim, considerados os maiores felinos vivos, classificando com o extinto tigre-do-cáspio entre os maiores que já existiram. Um tigre macho adulto médio do norte da Índia supera um leão macho adulto médio em cerca de 45,5 kg. Os machos variam em comprimento total entre 250–390 cm e pesam até 310 kg, com comprimento do crânio variando entre 31,6-38,3 cm. As fêmeas variam em comprimento total entre 200 e 275 cm, pesando em média 167 kg com comprimento do crânio variando entre 26,8-31,8 cm. Em ambos os sexos e subespécies, a cauda representa cerca de 0,60 cm a 1,10 m do comprimento total. O tamanho do corpo de diferentes populações parece estar correlacionada com o clima - regra de Bergmann - e pode ser explicado pela termorregulação. Grandes tigres-siberianos machos podem atingir um comprimento total de mais de 3,50 m ao longo das curvas do corpo e 3,30 m do nariz ao final da garupa em linha reta, e podem pesar 310 kg. Este é consideravelmente maior do que o peso alcançado pela menor subespécie vivente de tigre: o tigre-de-sumatra, que vive em clima tropical. No ombro(cernelha), tigres podem ter variavelmente entre 0,70-1,22 m de altura. O peso recorde ainda não é bem definido pois os relatos não tem fontes fiáveis e o peso pode variar já que o tigre pode estar faminto ou ter acabado de comer. Existem relatos de tigres com 384, 389 e 423 kg no meio selvagem e em cativeiro o maior tigre pesava 465 kg e se chamava Jaipur.
Eles são uma espécie que tem dimorfismo sexual, as fêmeas são consistentemente menores que os machos. A diferença de tamanho entre machos e fêmeas é proporcionalmente maior nas subespécies maiores, com os machos pesando até o dobro das fêmeas. Os machos também têm almofadas das patas dianteiras mais largas do que as fêmeas, possibilitando o sexo ser identificado através das pegadas.
Variações de cor
Tigre branco.
Um alelo conhecido encontrado apenas nas subespécie de Bengala produz o tigre-branco, o primeiro variante de cor foi registrado no início do século 19 e estima-se ser encontrado em 1 a cada 10.000 nascimentos naturais. Geneticamente, a brancura é recessiva: um filhote nasce branco apenas quando ambos os pais são portadores do alelo para brancura. Não é albinismo, pois há pigmento evidente em listras do tigre-branco e em seus olhos azuis. A mutação responsável muda um único aminoácido na proteínatransportadora SLC45A2.
Os tigres brancos são freqüentemente criados em cativeiro, onde o relativamente pequeno conjunto de genes pode levar a endogamia. Foram feitas tentativas para cruzar tigres brancos e laranjas para remediar esta situação, muitas vezes misturando subespécies no processo. A endogamia gerou nos tigres brancos uma maior probabilidade de nascerem com defeitos físicos, tais como fenda palatina,escoliose (curvatura da coluna vertebral) e estrabismo. Mesmo sendo aparentemente saudáveis, os tigres-brancos geralmente não vivem tanto quanto seus homólogos laranjas.

Tigre-dourado
Outro gene recessivo cria o tigre-dourado. Tigres-dourados têm pelagem dourado-claro mais espessa do que o normal, pernas brancas e listras douradas em tom mais escuro. Existem poucos tigres-dourados e são mantidos em cativeiro. Eles são, invariavelmente, pelo menos em parte, tigres-de-bengala. Alguns tigres dourados carregam o gene do tigre-branco , e, quando esses dois tigres acasalam, eles podem produzir alguns descendentes brancos sem listras.
Além do tigre branco e do dourado, ainda há outras possíveis variações de cor não confirmadas. Embora um efeito pseudo-melanístico - listras bem largas que obscurecem o fundo laranja - tenha sido visto visto em alguns exemplares, verdadeiros "tigres negros" não foram autenticados, com a possível exceção de um espécime morto examinado em Chittagong, em 1846. Estes tigres totais ou parcialmente melanísticos, se existirem, são consideradas mutações intermitentes ao invés de uma espécie distinta.
Há ainda relatos não confirmados de tigres de um tom "azul" ou cor-de-ardósia, o tigre-maltês. No entanto, enquanto alguns felinos de outras espécies exibem essa coloração como um revestimento sólido, não há configuração genética conhecida que resultaria em listras pretas sobre um fundo azul-cinzento.
Distribuição e habitat
No passado, os tigres foram encontrados em toda a Ásia, desde o Cáucaso e do Mar Cáspio até a Sibéria e as ilhas indonésias de Java, Bali e Sumatra. Restos fósseis indicam tigres também estavam presentes em Bornéu e Palawan nas Filipinas, durante o final do Pleistoceno e Holoceno.

Tigre na reserva de Ranthambore,Índia.
Durante o século 20, os tigres foram extintos na Ásia ocidental e estavam restritos a bolsões isolados nas partes restantes de sua gama. Eles foram extirpados na ilha de Bali, em 1940, em torno do Mar Cáspio na década de 1970, e em Java em 1980. Este foi o resultado da perda de habitat e a matança contínua de tigres e de suas presas. Hoje, a sua distribuição fragmentada e parcialmente degradada estende da Índia, a oeste, a China e o Sudeste Asiático. O limite norte da área de distribuição é próximo ao rio Amur, no sudeste da Sibéria. A única grande ilha que ainda habitam é Sumatra. Desde o início do século 20, a distribuição geográfica do tigre encolheu 93%. Na década de 1997-2007, a área estimada conhecida da presença de tigres diminuiu 41%.

Tigre-siberiano andando na neve. Eles habitam locais mais frios do que as outras subespécies.
Os tigres podem ocupar uma grande variedade de tipos de habitats, mas geralmente exigirá cobertura suficiente, a proximidade de água, e uma abundância de presas. Em comparação com o leão, o tigre prefere vegetação mais densa, para o qual a coloração de camuflagem é ideal, e onde um único predador não está em desvantagem em comparação com múltiplos felinos em uma alcateia de leões. Um outro requisito de habitat é a existência de tocas devidamente isoladas, que podem consistir de cavernas, grandes árvores ocas, ou vegetação densa. Tigres-de-bengala em particular vivem em muitos tipos de florestas, incluindo úmidas, vegetações perenes e manguezal pantanoso do delta do Ganges (Sundarbans), e a vegetação semiperene de Assam e Bengala Oriental; a floresta decidual do Nepal, e as florestas semi-áridas do Ghats Ocidentais. Em várias partes de sua escala habitam ou habitaram montanhas rochosas, pastagens parcialmente abertas e savanas, assim como as florestas de taiga.