29/12/2015

TIGRE








O tigre (Panthera tigris) é um mamífero carnívoro da família dos felídeos, que habita o continente asiático. Dentre suas subespécies há o maior entre todos os felinos selvagens do mundo. São animais extremamente territoriais e solitários. Os tigres são predadores de topo.
É o felino com maior variação de tamanho do mundo entre subespécies, com o tigre-siberiano alcançando até 310 kg enquanto o tigre-de-bali alcançava no máximo 100 kg; tamanho comparável a suçuaranas e leopardos. Algumas estimativas sugerem que existem menos de 2500 indivíduos reprodutores maduros, com nenhuma subpopulação com mais de 250 indivíduos reprodutores maduros. A população era estimada em 100.000 indivíduos no início do século XX. Em tempos atuais, entretanto, apenas cerca de 4.000 indivíduos sobrevivem, uma queda de 97%.
Tigres já foram encontrados da Turquia a Sibéria e da ilha de Java a Índia. Hoje em dia estão restritos principalmente a algumas regiões do Sudeste Asiático, Sibéria e Índia. Três das subespécies estão extintas: o tigre-do-cáspio (encontrado em certas regiões da União Soviética, Turquia, Oriente Médio, Afeganistão e Mongólia), tigre-de-java (encontrado em Java) e tigre-de-bali que era encontrado apenas em Bali.
É um dos animais mais carismáticos do mundo, sendo símbolo da conservação da natureza e um dos animais mais populares. É o animal símbolo de diversos países da Ásia e mascote de diversas empresas em todo o mundo.
Etimologia
"Tigre" vem do iraniano, através do grego tígris e do latim tigre. Significa literalmente "flecha", por ser "certeiro, rápido, silencioso e mortal como uma flecha".
Taxonomia e evolução
Em 1758, Linnaeus primeiro descreveu a espécie em sua obra Systema Naturae, sob o nome científico Felis tigris. Em 1929, o taxonomista britânico Reginald Innes Pocock subordinou as espécies no gênero Panthera, usando o nome científico Panthera tigris.
A palavra Panthera é provavelmente de origem oriental e rastreável até à palavra pantera em grego, a palavra panthera em latim, a palavra pantere do francês antigo, o mais provável que signifique "o animal amarelado", ou de pandarah significando branco-amarelado. A derivação do grego pan-("todos") e ther ("besta") pode ser etimologia popular.
Evolução
Restauração de Panthera zdanskyi.

Parentes vivos mais próximos do tigre são o leão, leopardo e a onça-pintada, todos os quais são classificados sob o gênero Panthera. O mais velho parente extinto do tigre, chamado Panthera zdanskyi , foi encontrado na província de Gansu, noroeste da China. Esta espécie é considerada como um táxon irmão do tigre atual e viveu cerca de 2 milhões de anos atrás, no início do Pleistoceno. Era menor do que o tigre moderno, sendo do tamanho de um jaguar, e, provavelmente, não têm o mesmo padrão de pelagem. Apesar de ser considerado mais "primitivo", era funcionalmente e possivelmente ecologicamente semelhante ao seu primo moderno. Como Panthera zdanskyi viveu no noroeste da China, que pode ter sido onde a linhagem de tigres originou. Tigres cresceram em tamanho, possivelmente em resposta a radiações adaptativas de espécies de presas, como veados e bovídeos que possam ter ocorrido no Sudeste Asiático durante o início do Pleistoceno.
Os primeiros fósseis de verdadeiros tigres são de Java, e têm entre 1,6 e 1,8 milhões de anos. Fósseis distintos são conhecidos dos depósitos do início e meio do Pleistoceno na China e Sumatra. A subespécie chamada tigre-de-trinil (Panthera tigris trinilensis) viveu cerca de 1,2 milhões de anos e é conhecido a partir de fósseis encontrados em Trinil, Java.
Tigres primeiro chegaram ao subcontinente indiano e depois ao norte da Ásia no final do Pleistoceno, atingindo o leste de Beríngia (mas não ocontinente americano), Japão e Sakhalin. Fósseis encontrados no Japão indicam que os tigres locais eram, como as subespécies insulares sobreviventes, menores do que as formas do continente, um exemplo de nanismo insular. Até ao Holoceno, os tigres também viviam emBornéu, assim como na ilha de Palawan, nas Filipinas.
Sequência completa do genoma do tigre foi publicada em 2013. Ele e outros genomas de felinos foram descobertos a ter semelhante composição de repetição e uma sintenia sensivelmente conservada.
Híbridos

Os ligres crescem anormalmente e costumam desenvolver doenças.

Leões têm sido conhecidos por reproduzir com tigres (na maioria das vezes as subespécies de Amur e de Bengala) para criar híbridos chamados ligres e tigreões. Esses híbridos eram comumente criados em zoológicos, mas isso agora é desencorajado devido à ênfase na conservação e ao fato de esses animais desenvolverem doenças e viverem por pouco tempo. Híbridos ainda são criados em zoológicos privados e em jardins zoológicos na China.
O ligre é um cruzamento entre um leão macho e uma tigresa. O pai leão transmite um gene promotor de crescimento, mas o gene inibidor de crescimento correspondente na fêmea está ausente, por isso ligres crescem muito mais do que qualquer um dos pais. Eles compartilham qualidades físicas e comportamentais de ambas as espécies de origem (manchas e listras sobre um "fundo de areia"). Ligres machos sãoestéreis, mas ligres fêmeas são muitas vezes férteis. Os machos têm cerca de 50% de chance de ter uma juba, mas, mesmo se eles a tiverem, suas jubas terão apenas cerca de metade do tamanho da de um leão puro. São tipicamente entre 3 e 3,3 metros de comprimento (incluindo a cauda) e pode pesar entre 364 e 418 quilos. O maior Ligre do mundo é um macho chamado Hercules, ele está no Guinnes book, possuí 3,33 metros de comprimento total, com 1,25 m na altura da cernelha e pesa 418,2 kg.
O tigreão (Tigon), menos comum, é um cruzamento entre uma leoa e um tigre macho. Como o tigre macho não transmite um gene promovedor do crescimento e a leoa transmite um gene inibidor do crescimento, tigreões são relativamente pequenos, apenas pesando até 150 kg, que é cerca de 10-20% menor do que os leões. Como ligres, eles têm características físicas e comportamentais de ambas as espécies parentais, e os machos são estéreis. As fêmeas são férteis e, por vezes, têm ocasionalmente dado à luzlitigreões (Li-tigons) quando acasaladas com um leão; e titigreões (ti-tigons).
Subespécies
Há nove subespécies distintas de tigre, três das quais estão extintas. Ocupavam historicamente uma extensa área que englobava a Rússia Asiática, Sibéria, Irã, Cáucaso,Afeganistão, antiga Ásia Central Soviética, Subcontinente indiano, China, todo o sudeste da Ásia e Insulíndia (ilhas de Sumatra, Java e Bali). Hoje em dia, se encontram extintos em muitos países da Ásia. Estas são as subespécies:
Tigre-siberiano
(Panthera tigris altaica)
Encontram-se em vales com encostas rochosas do rio Amur. Está agora confinado a uma pequena área no leste da Rússia, onde é protegido. Antigamente habitava a Coreia,Manchúria (região nordeste da China), sudeste da Sibéria e leste da Mongólia. Desde 1922, quando um indivíduo foi visto e caçado pela última vez, não são mais vistos naCoreia do Sul. Em liberdade, existem entre 480 e 540 indivíduos, segundo o censo de 2015. Algumas populações não são geneticamente viáveis, por estarem sujeitas a cruzamentos consanguíneos. Diferentemente das outras subespécies de tigre, vive em uma área de clima frio formada por florestas boreais (de carvalhos e coníferas).

O tigre-siberiano é a única subespécie atual que vive em um clima frio.
É a maior das subespécies de tigre e o maior felino existente atualmente. O tamanho é variável com a subespécie, pesando, na maior parte das vezes, entre 180 e 306 quilogramas em machos e as fêmeas entre 100 e 167. O comprimento do corpo fica de 2,4 a 3,3 metros. As informações sobre o tamanho máximo são confusas e não há um veredito sobre o maior na natureza. De acordo com a edição do Guinness Book of world records, de 1988, um tigre siberiano macho de cativeiro, chamado Jaipur, chegou a pesar, aos 7 anos e meio de idade, 423 kg e possuía 3,32 metros de comprimento, sendo o felino mais pesado do mundo. Há um relato de um tigre siberiano macho que foi baleado em Sikhote Allin no ano de 1950, que pesava 384 kg. Jaipur chegou a pesar 465 kg, antes de sua morte em 1999. A sua dieta é formada principalmente de suínos selvagens, veados, alces. Caçam, ainda, outros mamíferos, como ursos-pardos e ursos-negros-asiáticos.
Tigre-do-sul-da-china
Tigre-do-sul-da-china do projeto Save China's Tigers.
(Panthera tigris amoyensis) - É a mais criticamente ameaçada das subespécies, caminhando rapidamente à extinção. Até o começo dos anos 1950, havia, aproximadamente, 4 000 tigres na República Popular da China. Mas em 1959, Mao Tse Tung, na época do "Grande Salto Adiante", declarou os tigres uma praga. Seguiu-se, então, uma brutal perseguição aos tigres, reduzindo-os a 400 indivíduos em 1976 e entre 150–200 indivíduos na natureza em 1982. Em 1987, haviam entre 30–40 restantes. Em uma pesquisa de 2001 não foi encontrado nenhuma evidência da presença de tigres, mas ainda podem existir alguns na natureza, já que há relatos de rastros e avistamentos. Havia apenas 72 exemplares em cativeiro em 2007, a maior parte na República Popular da China, mas que descendem de somente seis exemplares distribuídos em zoos em 1976. A diversidade genética necessária para manter a espécie já não existe, indicando que uma possível extinção pode estar próxima.
Tigre-da-indochina

Tigre-da-indochina no Zoológico de Berlim.
(Panthera tigris corbetti) - Era encontrado no Camboja, Laos, sudoeste da China, Mianmar, Tailândia e Vietnã. Encontra-se extinto na China desde 2007 quando o último foi morto e comido por um caçador ilegal. Habita florestas tropicais e subtropicais úmidas de folhas largas e floresta secas em preferencialmente regiões montanhosas. De acordo com estimativas do governo das populações de tigres, a população é de 352 espécimes: 200 na Tailândia, 85 em Mianmar, 20 no Vietnã, outros 20 no Camboja e 17 no Laos.
Tigre-de-sumatra
O tigre-de-sumatra (P. tigris sumatrae) é a menor subespécie vivente de tigre.
(Panthera tigris sumatrae) - É encontrado somente na ilha de Sumatra. Possui pelagem mais escura, e listras mais finas e abundantes que tendem a desintegrar em pontos perto do fim, além de linhas de pequenos pontos escuros entre listras regulares que podem ser encontradas no dorso, flancos e patas traseiras. Atualmente é a menor das subespécies vivas.
A população selvagem estimada é de quatrocentos a quinhentos animais, presentes predominantemente nos cinco parques nacionais da ilha. Em 1978, era estimada em 1.000 animais que caiu para cerca de 800 em 1985. As maiores ameaças a conservação da subespécie incluem desmatamento para plantações de palmeiras de óleo e plantio de acácia, diminuição das presas e comércio ilegal, principalmente para o mercado interno. Pesquisas genéticas recentes revelaram a presença de um marcador genético único, indicando que pode-se desenvolver uma nova espécie, caso não se torne extinto antes.
Tigre-de-bengala

Tigre-de-bengala na Reserva de Bandhavgarh.
(Panthera tigris tigris) - É encontrado nas florestas e savanas de Bangladesh, Butão, Nepal, Índia, Myanmar. É a segunda maior subespécie de tigre. É o animal nacional da Índia e de Bangladesh. Existem menos de 2500 indivíduos na natureza, a maioria vivendo na Índia e em Bangladesh. O peso é entre 180 e 266 quilogramas para machos, e 100 a 160 para fêmeas. No entanto, o maior tigre-de-bengala encontrado no ambiente selvagem pesava 389 quilogramas e foi morto em 1967, embora esse peso seja um pouco artificial, já que ele havia acabado de comer um búfalo última noite, o que aumentaria o peso em até 45 kg.
Sua dieta consiste em gauros (a maior espécie de bovídeo selvagem do planeta), várias espécies de cervos, javalis, búfalos -d'água-selvagens e em alguns casos, chegam a alimentar-se de crocodilos, de ursos-beiçudos e, em casos extremos, de elefantes e rinocerontes asiáticos.

O tigre-malaio recentemente se tornou uma subéspecie distinta devido a estudos genéticos.
Tigre-malaio

(Panthera tigris jacksoni) - Presente exclusivamente no sul da Península Malaia. Até 2004, não era considerada como uma subespécie de tigre. Até então, era tido como parte da subespécie indochinesa. Tal classificação mudou em função de um estudo do Laboratório de Estudos da Diversidade Genômica, parte do Instituto Nacional do Câncer, dos Estados Unidos. Segundo estimativas, a população de tigres malaios selvagens é de 600 a 800 indivíduos. É um ícone nacional na Malásia, aparecendo no brasão e no logotipo de instituições do país.
Tigre-de-bali 

Tigre-de-bali caçado em 1911.

(Panthera tigris balica) - Sua ocorrência era limitada à ilha de Bali, na Indonésia. Estes tigres foram caçados até a extinção. O último exemplar de tigre balinês deve ter sido morto em Sumbar Kima, no oeste de Bali, em 27 de setembro de 1937 e era uma fêmea adulta. Nenhum tigre balinês era mantido em cativeiro. De todas as subespécies, era a menor de todas com tamanho comparável a suçuaranas e leopardos; os machos tinham entre 90–100 kg e as fêmeas entre 65 e 80 kg. Pesavam menos da metade dos tigres-siberianos.
Tigre-de-java 

Foto de tigre-de-java capturada no Parque Nacional Ujung Kulon, 1938.
(Panthera tigris sondaica) - Era limitado à ilha indonésia de Java. Esta subespécie foi extinta na década de 1970, como resultado de caça e destruição de seu habitat. Mas a extinção desta subespécie tornou-se extremamente provável já na década de 1950, quando havia menos de 25 animais em estado selvagem. O último animal selvagem foi avistado em 1976.
Em uma pesquisa de 1994 não foi encontrado nenhum rastro de tigres. Presume-se que a impressão de uma pata com entre 26–28 cm registrada em 1997 possa ser de um tigre, enquanto um grupo ambientalista da Indonésia, liderados por Bambang Darmadja e Wahyu Giri Prasetyo, acredita que alguns pelos e fezes encontrados em 2004 também são provas de sua existência.
Tigre-do-cáspio ou tigre-persa 
Tigres-do-cáspio eram utilizados no coliseu de Roma. Zoo de Berlim, 1899
(Panthera tigris virgata) - Tornou-se provavelmente extinto na década de 1970, com o último sendo visto em 1961. Era encontrado no Afeganistão, Irã, Iraque, Mongólia, União Soviética e Turquia. De todas as subespécies de tigre era a mais ocidental, sendo a subespécie utilizada no coliseu de Roma. Apresentava pelagem longa na parte inferior do corpo e da cabeça (semelhante a uma barba) durante o inverno.
No começo do século XX, foi alvo de perseguição por parte do governo da Rússia czarista (que acreditava não haver mais espaço para o tigre na região) por conta de um programa de colonização da área.
Foi confirmado recentemente através de um estudo de DNA em 2009 que o tigre-do-cáspio e o tigre siberiano são praticamente a mesma subespécie.
Subespécies inválidas
Além das subespécies citadas acima, existem algumas subespécies que ainda não foram reconhecidas pela taxonomia.
Tigre-coreano (Panthera tigris coreensis) - Habitava a Península da Coreia e o sul da Manchúria, áreas das quais o tigre se encontra extinto desde meados do século XX. Hoje considerado parte do tigre-siberiano.
Tigre-de-xinjiang (Panthera tigris lecoqi) - Estudado e classificado por Schwarz em 1916. Vivia no noroeste da China, mais precisamente na província de Xinjiang. É considerado parte do tigre-do-cáspio atualmente.
Tigre-do-turquestão (Panthera tigris trabata) - Tal como o tigre de Xinjiang foi estudado e classificado por Schwarz em 1916 e é considerado parte do tigre-do-cáspio.Vivia em áreas dos atuais Cazaquistão, Uzbequistão, Quirguistão e Tajiquistão.
Características
Tigres têm corpos musculosos com membros anteriores poderosos, grandes cabeças, caudas longas e garras enormes. A pelagem é densa e pesada; coloração varia entre tons de laranja e marrom com áreas ventrais brancas e listras pretas verticais distintos, cujos padrões são únicos para cada indivíduo. Sua função é provável para camuflagem na vegetação, como grama alta com fortes padrões verticais de luz e sombra. O tigre é uma das poucas espécies de felino listrada; não se sabe por que os pontos são o padrão de camuflagem mais comum entre os felinos. Listras do tigre também são encontrados na pele, de modo que, se fosse para ser raspada, seu padrão de revestimento distintivo ainda seria visível.

Crânio de tigre (à esquerda) e crânio de leão (à direita).

Eles têm um forte crescimento de um tipo de juba ao redor do pescoço e mandíbulas e bigodes longos, especialmente nos machos. Aspupilas são circulares com as íris amarelas. As orelhas pequenas e arredondadas têm uma mancha branca proeminente na parte de trás, cercada por preto. Estas "marcas de olhos", aparentemente, têm um papel importante na comunicação.
O crânio é semelhante ao do leão, embora a região frontal geralmente não é tão achatada, com uma região postorbital ligeiramente mais longa.. O crânio de um leão tem aberturas nasais mais amplas. No entanto, devido à variação em crânios das duas espécies, a estrutura da mandíbula inferior é um indicador mais fiável da espécie. O tigre também tem dentes bastante robustos; os caninos um pouco curvados são os mais longos entre todos os felinos vivos, com comprimento de até 10 centímetros.
O mais velho tigre em cativeiro registrado viveu por 26 anos. Um exemplar selvagem, não tendo predadores naturais, poderia, em teoria, viver até uma idade comparável.
Tamanho

Os tigres-siberianos são os maiores felinos do mundo.
Os tigres são os mais variáveis em tamanho de todos os grandes felinos, muito mais do que os leões. O tigre-de-bengala e o siberiano são os mais altos no ombro e, assim, considerados os maiores felinos vivos, classificando com o extinto tigre-do-cáspio entre os maiores que já existiram. Um tigre macho adulto médio do norte da Índia supera um leão macho adulto médio em cerca de 45,5 kg. Os machos variam em comprimento total entre 250–390 cm e pesam até 310 kg, com comprimento do crânio variando entre 31,6-38,3 cm. As fêmeas variam em comprimento total entre 200 e 275 cm, pesando em média 167 kg com comprimento do crânio variando entre 26,8-31,8 cm. Em ambos os sexos e subespécies, a cauda representa cerca de 0,60 cm a 1,10 m do comprimento total. O tamanho do corpo de diferentes populações parece estar correlacionada com o clima - regra de Bergmann - e pode ser explicado pela termorregulação. Grandes tigres-siberianos machos podem atingir um comprimento total de mais de 3,50 m ao longo das curvas do corpo e 3,30 m do nariz ao final da garupa em linha reta, e podem pesar 310 kg. Este é consideravelmente maior do que o peso alcançado pela menor subespécie vivente de tigre: o tigre-de-sumatra, que vive em clima tropical. No ombro(cernelha), tigres podem ter variavelmente entre 0,70-1,22 m de altura. O peso recorde ainda não é bem definido pois os relatos não tem fontes fiáveis e o peso pode variar já que o tigre pode estar faminto ou ter acabado de comer. Existem relatos de tigres com 384, 389 e 423 kg no meio selvagem e em cativeiro o maior tigre pesava 465 kg e se chamava Jaipur.
Eles são uma espécie que tem dimorfismo sexual, as fêmeas são consistentemente menores que os machos. A diferença de tamanho entre machos e fêmeas é proporcionalmente maior nas subespécies maiores, com os machos pesando até o dobro das fêmeas. Os machos também têm almofadas das patas dianteiras mais largas do que as fêmeas, possibilitando o sexo ser identificado através das pegadas.
Variações de cor
Tigre branco.
Um alelo conhecido encontrado apenas nas subespécie de Bengala produz o tigre-branco, o primeiro variante de cor foi registrado no início do século 19 e estima-se ser encontrado em 1 a cada 10.000 nascimentos naturais. Geneticamente, a brancura é recessiva: um filhote nasce branco apenas quando ambos os pais são portadores do alelo para brancura. Não é albinismo, pois há pigmento evidente em listras do tigre-branco e em seus olhos azuis. A mutação responsável muda um único aminoácido na proteínatransportadora SLC45A2.
Os tigres brancos são freqüentemente criados em cativeiro, onde o relativamente pequeno conjunto de genes pode levar a endogamia. Foram feitas tentativas para cruzar tigres brancos e laranjas para remediar esta situação, muitas vezes misturando subespécies no processo. A endogamia gerou nos tigres brancos uma maior probabilidade de nascerem com defeitos físicos, tais como fenda palatina,escoliose (curvatura da coluna vertebral) e estrabismo. Mesmo sendo aparentemente saudáveis, os tigres-brancos geralmente não vivem tanto quanto seus homólogos laranjas.

Tigre-dourado
Outro gene recessivo cria o tigre-dourado. Tigres-dourados têm pelagem dourado-claro mais espessa do que o normal, pernas brancas e listras douradas em tom mais escuro. Existem poucos tigres-dourados e são mantidos em cativeiro. Eles são, invariavelmente, pelo menos em parte, tigres-de-bengala. Alguns tigres dourados carregam o gene do tigre-branco , e, quando esses dois tigres acasalam, eles podem produzir alguns descendentes brancos sem listras.
Além do tigre branco e do dourado, ainda há outras possíveis variações de cor não confirmadas. Embora um efeito pseudo-melanístico - listras bem largas que obscurecem o fundo laranja - tenha sido visto visto em alguns exemplares, verdadeiros "tigres negros" não foram autenticados, com a possível exceção de um espécime morto examinado em Chittagong, em 1846. Estes tigres totais ou parcialmente melanísticos, se existirem, são consideradas mutações intermitentes ao invés de uma espécie distinta.
Há ainda relatos não confirmados de tigres de um tom "azul" ou cor-de-ardósia, o tigre-maltês. No entanto, enquanto alguns felinos de outras espécies exibem essa coloração como um revestimento sólido, não há configuração genética conhecida que resultaria em listras pretas sobre um fundo azul-cinzento.
Distribuição e habitat
No passado, os tigres foram encontrados em toda a Ásia, desde o Cáucaso e do Mar Cáspio até a Sibéria e as ilhas indonésias de Java, Bali e Sumatra. Restos fósseis indicam tigres também estavam presentes em Bornéu e Palawan nas Filipinas, durante o final do Pleistoceno e Holoceno.

Tigre na reserva de Ranthambore,Índia.
Durante o século 20, os tigres foram extintos na Ásia ocidental e estavam restritos a bolsões isolados nas partes restantes de sua gama. Eles foram extirpados na ilha de Bali, em 1940, em torno do Mar Cáspio na década de 1970, e em Java em 1980. Este foi o resultado da perda de habitat e a matança contínua de tigres e de suas presas. Hoje, a sua distribuição fragmentada e parcialmente degradada estende da Índia, a oeste, a China e o Sudeste Asiático. O limite norte da área de distribuição é próximo ao rio Amur, no sudeste da Sibéria. A única grande ilha que ainda habitam é Sumatra. Desde o início do século 20, a distribuição geográfica do tigre encolheu 93%. Na década de 1997-2007, a área estimada conhecida da presença de tigres diminuiu 41%.

Tigre-siberiano andando na neve. Eles habitam locais mais frios do que as outras subespécies.
Os tigres podem ocupar uma grande variedade de tipos de habitats, mas geralmente exigirá cobertura suficiente, a proximidade de água, e uma abundância de presas. Em comparação com o leão, o tigre prefere vegetação mais densa, para o qual a coloração de camuflagem é ideal, e onde um único predador não está em desvantagem em comparação com múltiplos felinos em uma alcateia de leões. Um outro requisito de habitat é a existência de tocas devidamente isoladas, que podem consistir de cavernas, grandes árvores ocas, ou vegetação densa. Tigres-de-bengala em particular vivem em muitos tipos de florestas, incluindo úmidas, vegetações perenes e manguezal pantanoso do delta do Ganges (Sundarbans), e a vegetação semiperene de Assam e Bengala Oriental; a floresta decidual do Nepal, e as florestas semi-áridas do Ghats Ocidentais. Em várias partes de sua escala habitam ou habitaram montanhas rochosas, pastagens parcialmente abertas e savanas, assim como as florestas de taiga.






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