28/12/2015

ORCA



A Orca  (ORCINUS orca) é o membro da família dos golfinhos de maior porte e é um superpredador versátil, que inclui na sua dieta presas como peixes, moluscos, aves, tartarugas, focas, tubarões e animais de tamanho maior quando caçam em grupo, como por exemplo baleias. É comummente designada "baleia-assassina", apesar de serem parentes de golfinhos. É o segundo mamífero de maior área de distribuição geográfica - logo a seguir ao homem - é encontrada em todos os oceanos e pode chegar a pesar nove toneladas.
Têm uma vida social complexa, baseada na formação e manutenção de grupos familiares extensos. Comunicam-se através de sons e costumam viajar em formações que assomam ocasionalmente à superfície. A primeira descrição da espécie foi feita por Plínio, o Velho o qual já a descrevia como um monstro marítimo feroz.
Denominação
O nome orca foi dado a estes animais pelos antigos romanos do nome "ORCUS", que significa inferno ou deus da morte, e o nome do seu género biológico - "ORCINUS" - significa "do reino da morte" (ver Orco). A partir da década de 60, quando ganharam popularidade entre os espectadores de oceanários, o termo neutro "orca" foi mais utilizado do que "baleia assassina", o qual conota um comportamento incompatível com objetivo desses parques.


Tipos de orcas da Antártida
O Tipo A é uma orca "típica", que vive em águas abertas e caça principalmente a baleia-MINKE-antártica. Ao longo da costa da Argentina, as orcas caçam individualmente com uma técnica de encalhe intencional: elas se aproximam da praia e se lançam sobre a areia para abocanhar leões-marinhos. Um fenômeno específico e incrível é que essas orcas se dirigem até a praia onde atacam filhotes de leões e lobos-marinhos que estão aprendendo a nadar.
Curiosamente, esse fenômeno acontece de uma maneira bastante peculiar, pois as orcas literalmente “surfam” até a praia para capturar suas presas, no que é conhecido como “encalhe intencional”. No entanto tal feito é muito perigoso para uma orca jovem e despreparada pois ela pode encalhar na areia e morrer na praia. Por isso as mães orcas ensinam os filhotes sucessivas vezes até que aprendam essa estratégia de caça arriscada.
O Tipo B é menor que o Tipo A e habitam os mares da Antártida. Tem uma mancha ocular grande e uma mancha cinzenta nas costas, chamada de "capa dorsal". Alimenta-se principalmente de focas que ficam sobre blocos de gelo. Uma das técnicas mais utilizadas por essas orcas é criar ondas para desestabilizar as presas nos blocos de gelo, derrubando-as na água para depois arrastá-las com as caudas e afogá-las. Às vezes, com sorte, as focas conseguem escapar dos dentes afiados desse gigante dos mares.


Orca do tipo B caçando uma foca
O Tipo C é o tipo menor de todos e vive em grupos maiores do que qualquer outro tipo de orca. A sua mancha ocular está distintamente inclinada para a frente, ao invés de paralela ao eixo do corpo. Tal como o tipo B, tem uma capa dorsal. A sua única presa observada até ao momento é o bacalhau-da-Antártida (DISSOSTICHUS MAWSONI). Orcas do tipo B e C vivem perto da calota polar antártica, e a presença de diatomáceas nestas águas pode ser responsável pela cor amarelada nos dois tipos. Está a ser feita uma investigação no sentido de descobrir se as orcas do tipo B e C são espécies diferentes.

Orcas do tipo C no Mar de Ross. A mancha ocular é inclinada para a frente.
O Tipo D foi identificado com base em fotografias de um encalhe de orcas em massa em 1955, na Nova Zelândia e de seis aparições de indivíduos no mar desde 2004. Ele é imediatamente reconhecível pela sua mancha branca ocular extremamente pequena, uma curta barbatana dorsal e a cabeça bulbosa (semelhante ao de uma baleia-piloto). Sua distribuição geográfica parece ser circum global em águas subantárticas entre as latitudes 40 ° S e 60 ° S. E. Embora nada se saiba sobre a dieta do tipo D, suspeita-se que incluam peixes, porque grupos foram fotografados em torno de palanqueiros onde alegadamente pescam a MERLUZA-negra (DISSOSTICHUS ELEGINOIDES)


Características físicas
Estes animais caracterizam-se por terem o dorso negro e a zona ventral branca. Têm ainda manchas brancas na parte lateral posterior do corpo, bem como acima e detrás dos olhos. Com um corpo pesado e entroncado, têm a maior barbatana dorsal do Reino animal, que pode medir até 1,8 metros de altura (maior e mais ereta nos machos que nas fêmeas). Os machos podem medir de 9,8 até 10 metros de comprimento e pesar até 9.000 - 10.000 Kg (9 - 10 toneladas); as fêmeas são menores, chegando aos 8,5 metros e 6.500 - 7.500 Kg (entre 6 e 8 toneladas), respetivamente. As crias nascem com cerca de 180 kg e medem cerca de 2,4 metros de comprimento.
As orcas macho de maiores dimensões têm um aspeto distinto que não dá margem para confusões ao serem identificados. Contudo, vistas à distância em águas temperadas, as fêmeas e as crias podem confundir-se com outras espécies, como a falsa-orca ou o golfinho-de-RISSO.
A maior parte dos dados sobre a vida das orcas foi obtida em pesquisas de longa duração com populações da costa da Columbia Britânica e de Washington, bem como pela observação de animais em cativeiro. A informação disponível sobre esta espécie é avultada e está devidamente sistematizada pelos naturalistas, o que se deve também à natureza altamente estruturada dos grupos sociais destes animais. Contudo, grupos transitórios ou residentes noutras áreas geográficas podem ter características ligeiramente diferentes. As fêmeas atingem a maturidade sexual aos 15 anos de idade. A partir dessa altura, têm períodos de ciclo POLIESTRAL (cio regular e contínuo) com períodos sem o ciclo ESTRAL que podem durar de três a dezasseis meses. As fêmeas podem dar à luz uma só cria, uma vez cada cinco anos.
Nos grupos sociais analisados, os nascimentos podem ocorrer em qualquer época do ano, havendo uma certa preferência pelo inverno. A mortalidade dos recém-nascidos é elevada - os resultados de uma investigação sugerem que cerca de metade das crias morrem antes de atingir os seis meses. Os filhotes são amamentados até aos dois anos de idade, mas com doze meses já se alimentam de comida sólida. As fêmeas são férteis até aos 40 anos, o que, em média, significa que podem ter até cinco crias. A esperança de vida das fêmeas é, geralmente, de cinquenta anos, ainda que em casos excecionais possam viver até aos noventa anos. Os machos tornam-se sexualmente ativos com 15 anos de idade e chegam a viver até aos 30 anos (ou até aos 50, em casos excecionais). Uma baleia Orca tem seu tempo de vida como os humanos e apenas as que são criadas em cativeiro tem sua vida reduzida a 30 anos.

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