Tubarão ou cação é o nome dado vulgarmente aos peixes de esqueleto cartilaginoso e um corpo hidrodinâmico (com exceção dos SQUATINIFORMES, HEXANCHIFORMES e ORECTOLOBIFORMES) pertencente à superordem SELACHIMORPHA. Os primeiros tubarões conhecidos viveram há aproximadamente 400 milhões de anos.[1]
Os tubarões se diversificaram em aproximadamente 375 espécies (no Brasil são conhecidas 88), variando em tamanho desde o menor, o tubarão-lanterna anão, ETMOPTERUS PERRYI, uma espécie de no máximo 21 centímetros de comprimento , ao tubarão-baleia, RHINCODON TYPUS, o maior, que atinge cerca de 12 metros e que se alimenta por filtragem apenas de plâncton, lulas e pequenos peixes. Os tubarões são encontrados em todos os mares e são comuns em profundidades até 2000 metros.
Geralmente não vivem em água doce, com algumas exceções, como o tubarão-cabeça-chata e o tubarão de água doce que podem viver tanto em água salgada ou água doce. Respiram através de cinco ou sete fendas branquiais e possuem uma cobertura de escamas placoides, que protegem sua pele dos danos e dos parasitas, e melhoram a sua hidrodinâmica, permitindo que o tubarão se mova mais rápido. Eles também possuem vários conjuntos de dentes substituíveis.
As espécies mais conhecidas, são os tubarão-branco, o tubarão-tigre, o tubarão-azul, o tubarão-MAKO e o tubarão-martelo são superpredadores, no topo da cadeia alimentar subaquática. No entanto, sua sobrevivência está sob séria ameaça por causa da pesca e outras atividades humanas.
Etimologia e significado
Até o século XVI tubarões eram conhecidos por marinheiros como "cães marinhos". A palavra portuguesa "tubarão" e o termo espanhol "TIBURÓN" são bastante similares e em ambas as línguas a etimologia é incerta. Durante o século XVI, em decorrência das navegações dos espanhóis e portugueses por águas tropicais, muitos relatos sobre a diversidade e quantidade desses peixes popularizaram os dois termos na Península Ibérica e posteriormente, o termo TIBURÓN também foi usado, sem tradução, em livros em francês, alemão e inglês. Não se sabe ao certo se foram os espanhóis que tomaram uma palavra caraíba e cunharam o termo TIBURÓN ou se foram os portugueses que criaram tubarão a partir de uma palavra do aruaque. Outras fontes apontam a origem tupi-guarani através do termo UPERÚ (ou IPERÚ) com a aglutinação de t- inicial, originando o português "tubarão" e posteriormente o espanhol "TIBURÓN".
Embora inicialmente os termos ibéricos tenham sido usados em toda a Europa, as outras línguas europeias adotam atualmente nomes diferentes. A origem do nome inglês "SHARK" também é incerta. Uma teoria é que ela deriva da palavra XOC da língua Iucateque, cuja pronúncia 'SHOK' chega bem próximo da palavra "SHARK". Evidência para esta etimologia vem do OXFORD ENGLISH DICTIONARY, que registra que o nome SHARK foi usado pela primeira vez após o marinheiro Sir John Hawkins exibir um espécime em Londres, em 1569 e usou a palavra "SHARKE" para se referir aos grandes tubarões do Mar do Caribe.
Uma outra etimologia diz que o sentido original da palavra era a de "predador, aquele que ataca os outros" a partir da palavra SCHORCK do alemão, uma variante de SCHURKE"VILÃO, canalha", que mais tarde foi aplicado para os peixes devido ao seu comportamento predatório.
Segundo o Dicionário Aurélio de Língua Portuguesa, na variante brasileira, tubarão é a designação geral dos grandes seláquios, peixes de corpo alongado e de nadadeiras peitorais moderadamente desenvolvidas; que tem como sinônimo cação e esqualo e como plural tubarões. Na definição popular tubarão pode significar também comerciante ganancioso. Segundo o dicionário online Priberam, tubarão também pode significar pessoa que come muito ou indivíduo que obteve muitos cargos rendosos.
Anatomia
Características físicas gerais do tubarão.
Dentes
Dentes de tubarão são incorporados nas gengivas e não diretamente no maxilar, e são constantemente substituídos ao longo da vida. Diversas linhas de dentes substitutos crescem em um sulco na parte interna da mandíbula e progressivamente avançam como em uma "escada rolante"; os tubarões perdem em média 6.000 dentes por ano e chegam a perder 30.000 durante toda sua vida. A taxa de substituição de dentes varia de uma vez a cada oito ou dez dias a vários meses. Na maioria das espécies os dentes são substituídos um por vez, exceto no peixe-charuto, ISISTIUS, onde toda a linha de dentes é substituída simultaneamente.
A forma do dente depende da dieta: os tubarões que se alimentam de moluscos e crustáceos têm densos dentes achatados para esmagarem, aqueles que se alimentam de peixes tem dentes afiados para prenderem e aqueles que se alimentam de presas maiores, como os mamíferos, têm os dentes inferiores pontiagudos para prender e os dentes superiores triangulares e com bordas serrilhadas para cortar. Os dentes dos que se alimentam de plâncton, como o tubarão-elefante são menores e não funcionais.
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